Timor

jose_decq_motta.jpgA distância que nos separa de Timor não impediu que nos uníssemos à volta do objectivo central que foi a conquista da independência daquela antiga colónia então ocupada pela Indonésia. A distância que nos separa não nos impede de ter a maior preocupação pelo que se passa actualmente naquele País.

A instabilidade e a violência marcam a vida quotidiana de Timor revelam que está a haver muita dificuldade em encontrar uma linha governativa de unidade nacional e de preservação plena da liberdade conquistada. Percebe-se que há várias linhas de ingerência estrangeira e percebe-se que o “cheiro a petróleo” é o causador dessas pretensões de ingerência. O envio de forças estrangeiras, a pedido das autoridades democráticas timorenses, no quadro de acção da ONU é uma medida muito positiva e, pelo que se vê, muito necessária. O envio, em concreto e nesse mesmo quadro, de uma força da Guarda Nacional Republicana é também muito positiva como contributo à construção da estabilidade. Há no entanto um ponto que é essencial e que é legítimo que todos os defensores e lutadores por Timor Livre compreendam e levantem. Têm que ser os Timorenses a encontrar as soluções para o seu País. Têm que ser os Timorenses a perceberem que só sobrevivem como País independente se criarem um largo sentimento de Unidade. Têm que ser os Timorenses a agirem pela reconciliação nacional. Numa palavra têm que ser os Timorenses a defenderem-se da catástrofe que a desunião pode gerar.

José Decq Mota em Crónicas d’Aquém no Açoriano Oriental a 1/06/06