Penso que esta é, felizmente, uma má notícia para aqueles dirigentes do futebol nacional que durante anos e anos se habituaram a usar a selecção como um local onde poderiam promover os seus próprios interesses. Com Scollari a selecção principal passou a ser uma equipa (a nossa equipa!) com jogadores que, sendo dos melhores, tem que ter a possibilidade de contribuir para o espírito de equipa. Com Scollari acabou-se a improvisação e a anarquia. Com Scollari a qualidade e a organização deram as mãos. Será bom que esse esforço se estenda ás outras Selecções, nomeadamente à de Sub 21.
Aí vamos nós, com Scollari, a caminho da Europa 2008. Que tudo corra bem, como até agora tem corrido, é o voto que aqui quero deixar. A actividade desportiva, a nível da alta competição, é muito importante para a afirmação internacional do País. Isto é verdade para todas as modalidades e por maioria de razão é verdade para o futebol. Muitos dos nossos melhores jogadores estão no estrangeiro porque os clubes portugueses não têm poder económico para os ter. A Selecção pode ser a casa comum onde a qualidade se encontra e onde os jogadores regressam a casa. Com tantos e tão disputados jogadores de primeira água temos obrigações e temos que ter objectivos.
José Decq Mota em “Crónicas D’Aquém” no Açoriano Oriental