Em 25 de Abril de 1974 abriram-se, aos Portugueses, as portas da democracia, da paz, do progresso e da justiça social.
O 1º de Maio, com a sua profunda carga histórica, representa a capacidade de conquista dos trabalhadores por conta de outrem, a capacidade de recusar a sobre-exploração brutal que vigorava e a capacidade de demonstrar o valor próprio do trabalho no conjunto das relações económicas e sociais.
Hoje, com a emergência desta nova forma radical da ultra direita se expressar, que é o neoliberalismo e a ditadura do capital financeiro, tudo está em causa. Estão em causa todos os principais direitos laborais; está em causa o direito dos Povos, que constituem Nações ou estão organizados em Estados, de decidirem os caminhos que querem trilhar; estão em causa as muitas conquistas sociais, nos âmbitos da saúde, educação, segurança social, proteção na velhice e muitos outros conquistados no séc. XX; está em causa o direito à livre fruição e produção cultural, esmagado pelo economicismo anti cultural que domina; está em causa a própria democracia política, porque neste “novo” regime que nos querem impor, tudo é decidido por um poder invisível que recebeu o nome de “os mercados” e é executado por serventuários completamente rendidos a esse domínio que já é brutal.
Lutar é, pois, essencial. Comemorar essas datas é manter vivos os valores que esses acontecimentos encerram e são esses valores que irão, com a luta, isolar o domínio absurdo, inaceitável, anti humano e antissocial que o capital financeiro está a impor.
O pior que poderia acontecer, na situação que temos, seria a generalização do individualismo conformista que os “vendilhões do templo”, com palavras enganosas e mentiras enormes, tentam conseguir.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 1 de maio de 2012