G8

José Decq MotaReuniram-se, em Camp David, EUA, os representantes dos oito países mais industrializados do Mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão, Canadá, Rússia), para, tal como é feito desde 1975, avaliarem a situação mundial, especialmente no que toca aos resultados da globalização em curso. Estes países representam 51% do PIB mundial, mas não são os oito “mais ricos” como é quase sempre dito, pois são vários os países que têm economias maiores do que alguns que estão neste clube, como são os casos da China, India e Brasil.
A presente cimeira G8 é feita num momento em que a Europa vive uma crise económica e financeira profunda, estando, para muitos, em causa o euro e a própria existência da UE enquanto associação livre de estados soberanos.
A presente cimeira G8, que foi especialmente organizada pelo Presidente Obama, é feita em ano de eleições presidenciais americanas, no termo de um mandato em que a economia americana estagnou e enfrenta fortíssimas dificuldades.
Na presente cimeira G8, participaram uns EUA com sérias dificuldades económicas e financeiras; um Reino Unido sempre “europeu” e sempre “antieuropeu”; uma Alemanha que controla totalmente o euro e a economia europeia; uma França que parece não querer continuar a ser o “cúmplice” assumido do domínio económico alemão; uma Itália que emite a imagem da “ricaça cheia de dívidas”; um Canadá que vai sabendo viver a tirar partido da proximidade dos EUA e dos laços económicos com o Reino Unido; um Japão cheio de feridas que resultam, quer das catástrofes naturais, quer das catástrofes geradas pela ansia desenfreada de crescer; uma Rússia onde o capitalismo selvagem, controlado por grupos sem escrúpulos, é uma realidade triste e perigosa.
Esta foi uma cimeira entre os principais responsáveis de uma situação, que eles próprios já não controlam em grande parte.

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 22 de maio de 2012