Estou a escrever esta nota no dia 11 de Junho, depois de umas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, que foram frouxas e que serviram apenas para que dirigentes políticos no poder pudessem continuar a fingir que estão muito preocupados com o crescimento e o combate ao desemprego, quando todos os dias criam ou promulgam normas ou legislação em sentido contrário.
Estou a escrever esta nota depois de todos nós termos percebido que o apoio financeiro a Espanha não será regido pelas mesmas regras e exigências feitas à Grécia, Irlanda e Portugal, o que demonstra uma vez mais que a União Europeia se transformou num mero instrumento ao serviço das economias dominadoras e dos que, à sombra disso, querem dominar amplos espaços territoriais até agora soberanos.
Tendo em conta estes dois pontos de grande importância e tudo o mais que caracteriza a situação actual do País, não posso nem quero deixar de desabafar e dizer-vos o seguinte:
Aqueles que nos governam – Presidente da Republica, Maioria da Assembleia da Republica e Governo - há muito que ultrapassaram todos os limites, na medida em que praticam políticas que não servem o interesse nacional, que contrariam a Constituição da Republica Portuguesa, que comprometem radicalmente a soberania do Estado Português, que lesam com extrema gravidade os interesses e direitos legítimos da maioria do Povo Português, que reduzem deliberadamente os recursos nacionais e que nos estão a levar para um abismo que, como País, soubemos evitar durante mais de oitocentos anos.
Perante esta situação é tempo de todos nós ganharmos a consciência de que não é aceitável tolerarmos estas políticas e estas situações mais tempo e de que, como Povo Soberano, temos que encontrar o modo de alterar este estado de coisas.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 11 de Junho de 2012