Eleições e manobras

jos_decq_mota_webEstando, como estamos, em vésperas de eleições regionais, não me tenho eximido de comentar diversos aspectos da preparação das eleições. Assim continuarei a fazer, porque é a forma de que disponho para contribuir para a clarificação de um processo que deveria ser, mas não tem sido, transparente.
Por muito que apareçam vozes irritadas a dizer que “devo estar calado”, não estarei calado.

Não deixarei de dizer que é estranho o PSD convidar para candidato o Comandante da PSP de quatro ilhas; não deixarei de enfatizar que é absurdo o acordo feito entre Berta Cabral (PSD) e Paulo Estêvão (PPM), segundo o qual o PSD não concorre (!) no Corvo para apoiar o candidato do PPM, que é o mesmo Paulo Estêvão; não deixarei de dizer, com toda a convicção, que a chamada Plataforma de Cidadania, criada por esse mesmo Paulo Estêvão do PPM, já comprometido com o PSD, é uma das mais escabrosas formas de manipulação política sobre cidadãos descontentes que já se viu; não deixarei de pensar e dizer que quando ouço dirigentes destacados do PS dizerem que o CDS-PP vai crescer muito nas próximas eleições, mais não estão a fazer do que a tentar ajudar o PP a fazer esquecer que esse partido é tão responsável pela situação do País como é o PSD; não deixarei também de dizer que, com isso, o PS mais não quer que tentar ajudar a que o espectro partidário regional representado na Assembleia Legislativa se centre, ainda mais, nos três partidos que apoiam a intervenção da troika.

Vemos a Autonomia a enfraquecer perigosamente e vemos os responsáveis pelos três maiores partidos a fazer tudo quanto podem para evitar que o eleitorado reaja, votando em partidos e coligações que se opõe à intervenção estrangeira.

Perceber as manobras em curso é meio caminho para reagir!


Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 4 de setembro de 2012