Tenho a convicção de que é uma boa prática da parte dos responsáveis
políticos, aos vários níveis, preocuparem-se em vir junto dos cidadãos
transmitir o que pensam a respeito da evolução das áreas ou situações
em que têm responsabilidades.
Procuro transformar essa convicção em prática própria e, assim, nestas colunas e de outras formas, procuro que os cidadãos interessados possam saber quais são as preocupações e objectivos principais do trabalho que desenvolvo em funções que exerço na sequência de eleição.
É dentro desta linha, que não abandonarei, que gostaria de abordar hoje algumas questões referentes a Serviços Urbanos Municipais em relação aos quais tenho responsabilidades executivas na Câmara Municipal.
Uma preocupação que é comum a todos os Municípios é o da limpeza das ruas, praças, avenidas e travessas. A Câmara Municipal da Horta tem essa preocupação sempre presente, mas nem sempre tem sido fácil manter um nível elevado de limpeza pública.
Gostaria de registar, de forma positiva, a postura profissional e construtiva que, em geral, têm os cantoneiros dos nossos serviços de Higiene e Limpeza.
Tal facto entretanto não esconde a necessidade que há em equipar melhor este Serviço, mecanizando algumas práticas, libertando recursos humanos para certos aspectos, neste momento claramente deficitários como é por exemplo a limpeza dos infestantes que nascem nos pisos de calçadas e passeios.
Como todos os responsáveis de serviços deste tipo a minha principal preocupação centra-se na procura dos caminhos que possam levar à melhoria do resultado final. Os principais instrumentos que existem para atingir esse fim são o investimento nos meios adequados e a gestão do pessoal, feita por forma a tirar o melhor partido dos recursos humanos disponíveis.
O planeamento das acções e medidas é uma metodologia essencial para que se possa ter sucesso, bem como a definição prévia de objectivos a atingir.
Um bom objectivo para os nossos Serviços de Higiene e Limpeza será o de se criarem as condições necessárias para que a cidade da Horta possa voltar a concorrer, com segurança, à Bandeira Verde que em tempos já teve.
Percorrer esse caminho é um desafio, mas não tenho dúvidas de que esse desafio, quando lançado, irá ser agarrado com vivacidade, quer pela Câmara, quer pelos técnicos e pelos trabalhadores afectos a este Serviço.
A recolha e tratamento dos resíduos sólidos é outro serviço municipal essencial.
A evolução verificada nesta área, nos últimos anos é visível e sensível. O número de viaturas e circuitos de recolha existente cresceu muito; o número de eco pontos e as recolhas especiais é muito relevante. A opção pela construção de uma Estação de Triagem foi correcta.
No presente ano tentou-se dar seguimento a esse esforço. A frota de viaturas de recolha de resíduos foi aumentada com uma unidade própria para actuar nas ruas estreitas onde as viaturas grandes não entram; adquiriram-se contentores para resíduos indiferenciados que estão já a melhorar, em toda a ilha, o número de pontos de recolha; adquiriu-se equipamento para reforçar o número de eco pontos e para introduzir a recolha selectiva de plásticos; intensificou-se o esforço de recolha selectiva de papelão e vidro. Ao mesmo tempo concluíram-se as obras da Central de Triagem, estrutura essa que aguarda o fornecimento de uma prensa adequada para iniciar a sua laboração.
Tem havido dificuldades em manter a lavagem dos contentores num nível aceitável. Esta é uma questão que urge ser resolvida.
A zona de tratamento de resíduos Sólidos existente na Fajã da Praia do Norte tem sido alvo de atenção, ao mesmo tempo que estão, no plano geral, a evoluir as questões que se prendem com tratamento de resíduos perigosos. Eliminaram-se já os óleos queimados que existiam na Fajã. Retiraram-se quase todas as sucatas metálicas.
Tem-se procurado ordenar e demarcar com clareza as áreas de deposição de resíduos indiferenciados, por um lado e de entulhos por outro. Está a trabalhar-se para que se possa iniciar muito em breve a retirada de pneus usados.
O projecto do novo aterro sanitário está elaborado, encontrando-se em fase de licenciamento. Entretanto tem-se procedido à retirada de pedra dos locais onde se vão situar as células 1 e 2 do futuro aterro sanitário por forma a que o terreno esteja melhor preparado para a execução do projecto, quando chegar à altura.
Ultrapassadas estas fases ter-se-á de passar à fase da recuperação ambiental, quer da área onde foi a célula do aterro já fechado, quer das áreas onde têm estado a ser depositados vários tipos de resíduos. Essa regeneração é uma obrigação que resulta da necessidade de não deixar aquela zona da ilha entrar em profundo desequilíbrio, o que seria inaceitável.
Apenas mais algumas notas.
Como consequência do trabalho de sensibilização feito junto das Escolas pelo Gabinete de Ambiente nos últimos anos, a quantidade de papel e cartão recolhido de forma selectiva nas escolas do ensino básico no ano lectivo passado ultrapassou 11 toneladas, o que é notável.
Todos os dias há quatro circuitos de recolha de lixo que recolhem mais de 20 toneladas de resíduos indiferenciados e que tem que ser depositados e cobertos de inertes. Em breve serão cinco circuitos.
Todos os dias há recolhas selectivas de cartão papel e vidro, quer nos eco pontos, quer junto dos grandes produtores.
Há um esforço muito grande que vem de trás e há uma determinação muito grande em acentuá-lo.
A quantidade de cartão e papel e vidro que já se exporta é muito importante e está a aumentar.
A separação do plástico vai iniciar-se mal comece a funcionar a Central de Triagem.
O esforço de sensibilização vai continuar
José Decq Mota no Tribuna das Ilhas