Os dias que estamos a viver estão marcados, naquilo que se pensa, discute e diz, pela brutalidade expressivamente presente em todas as principais medidas constantes da proposta de orçamento do Estado para 2013.
Estes dias que passaram desde a apresentação da proposta de orçamento, deram para perceber que há uma enorme rejeição desta proposta. Apenas os banqueiros e uns poucos comentadores completamente ao serviço do grande capital financeiro, aparecem a defender este verdadeiro ataque a tudo o que são os pressupostos constitucionais da nossa organização colectiva.
O brutal aumento de impostos que o governo quer impor ameaça destruir a economia e ameaça desorganizar a sociedade. A recessão da economia, a falência de milhares de pequenas e médias empresas, o aumento brutal do desemprego, o crescimento galopante da pobreza, constituem questões muito vivas na actualidade e não é difícil imaginar que, com esta proposta aprovada, seriam imensamente agravadas e o País ficaria numa situação insustentável.
Penso, de modo muito claro, que se tem que fazer tudo para que esta proposta de orçamento não seja aprovada. Entretanto, são vários os que nos vêm dizer que é “necessário evitar uma crise política” para “não destruir a credibilidade externa do País”! Tudo indica que os que assim pensam preferem destruir o próprio País.
Há quem diga, como a drª Manuela Ferreira Leite, que este orçamento não é exequível. Eu prefiro pensar e dizer que é necessário criar todas as condições para que a aprovação de tal monstruosidade não seja exequível.
Pior do que haver necessidade de se encontrar outras políticas e outras soluções governativas, seria aceitar a destruição do País, para mais efectivada por uma coligação fraca, constituída por dois partidos, mas dominada e comandada por um único ministro.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 23 de outubro de 2012