Defender o País!

jos_decq_mota_webÉ hoje óbvio que Portugal está a ser destruído por aqueles que o governam. É hoje óbvio que os problemas sérios de divida externa e de divida pública, estão a ser usados, não para que se encontrem soluções, no plano da economia e no plano das relações internacionais, que levem à criação de condições para uma justa resolução dessas questões, mas para destruir todos os pressupostos constitucionais da nossa organização colectiva e para ferir de morte toda a nossa capacidade soberana de decidir.

Com o OE para 2013 já aprovado na generalidade, com o Presidente da Republica reduzido a um tumular silencio, com os dois partidos no poder completamente dominados pelos neoliberais ao serviço do grande capital financeiro internacional, com o PS comprometido com o “memorando” e com medo de assumir uma posição clara na defesa da democracia, da justiça social e da independência nacional, estamos a viver um período, não só objectivamente cada vez mais difícil, mas de verdadeiro perigo para a democracia e para a existência do próprio Estado Português, tal como a Constituição o define e tal como os portugueses o sentem e querem.

Existem neste País forças políticas à esquerda muito firmes na defesa da CRP e dos direitos dos trabalhadores e do Povo, existem, crescentemente, sectores políticos do centro que recusam a “inevitabilidade” do domínio das teses neoliberais radicais, existe um movimento social muito forte e diversificado e em claro crescimento, existe uma consciência colectiva vasta relativa ao perigo em que estamos, sendo urgente que tudo isso continue a dinamizar uma muito firme luta na defesa do País. A Greve Geral do próximo dia 14/11 poderá e deverá ser um momento importante neste processo de luta.

De modo muito aberto, tem que surgir uma alternativa que salve a democracia e o País e que abra a porta a um verdadeiro e justo desenvolvimento económico e social.

 

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 14 de novembro de 2012