O XIX Congresso do PCP, realizado em Almada no passado fim-de-semana, colocou no centro do debate político nacional a questão da necessidade de derrotar a política destrutiva que está a ser feita e de construir uma alternativa patriótica e de esquerda, que promova outra política.
O PCP defende que continuar com esta política de destruição dos pressupostos democráticos que definem os contornos do Estado Português, de destruição de direitos e de garantias constitucionais e de extorsão exercida sobre os trabalhadores e o povo, cumprindo o chamado memorando da troica, leva à ruina e à destruição do País.
A partir desta justa análise é fácil concluir que a nova política que Portugal precisa tem que, necessariamente, ser feita fora do quadro extremista definido por esse memorando da troica e tem que assentar numa alternativa que envolva a sociedade e todas as forças sociais e políticas que lutam pela defesa da constituição e da democracia, pelo desenvolvimento económico e pela criação de riqueza, pela justa distribuição da riqueza criada e pela defesa da soberania nacional e de uma justa, livre e soberana inserção do País nos espaços internacionais de cooperação.
A defesa desta análise e proposta levou muitos comentadores a tentarem “demonstrar” que é impossível romper com esta política, que é impossível romper com a alternância PSD/PS a realizarem a mesma política de direita, que é impossível construir uma verdadeira alternativa.
Esses politólogos comentadores e esses defensores das políticas de direita apresentados como comentadores, esquecem-se que a justa luta em curso introduz na sociedade factores de mudança e transformação ainda não afirmados e que esses factores, poderão transformar a revolta, indignação e descontentamento em capacidade política alternativa. É isso que tem que acontecer!
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 4 de dezembro de 2012