Notas sobre o Congresso do PSD/Açores

jos_decq_mota_webRealizou-se, há pouco mais de uma semana, o Congresso do PSD/Açores, acontecimento político regional objectivamente importante, mas que passou quase despercebido. Nele foi consagrado o novo líder regional, Dr. Duarte Freitas, foi assumida uma acentuada “renovação” de pessoas nos cargos de direcção e foi feito um esforço para “passar a mensagem” de que o PSD/A é importante para que a Autonomia seja defendida e para que as políticas regionais sejam melhores.

O Congresso do PSD/A passou despercebido, teve pouco eco, foi abordado pelos OCS, mas foi ignorado nas tertúlias, nas conversas do quotidiano e até nos comentários de muitos colaboradores dos jornais, quer pelo facto das preocupações com a situação nacional serem dominantes, quer pelo facto, cada vez mais nítido, do PSD não poder ser encarado como “remédio” seja para o que for, mas sim e cada vez mais, como uma força que traiu a sua base de apoio e o País.

O Dr. Duarte Freitas, enquanto deputado europeu teve uma postura muitas vezes correcta no tratamento de importantes problemas regionais, conjugando esforços com outros deputados portugueses de outras áreas políticas, mas apesar disso e por directa intervenção das mais altas instâncias do PSD, não pôde ser candidato a um 2º mandato. Esse episódio, motivado por proteccionismos pessoais, não impediu o preterido de se candidatar a líder regional do PSD, depois das últimas regionais terem “triturado” a antiga líder.

O novo líder regional pouco falou das autárquicas, que sabe que vai perder; assumiu a defesa de alguns interesses regionais, mas teve como resposta o centralismo crescente do seu líder nacional; “renovou” tanto que, para alguns, terá apagado referências importantes; tentou criar a imagem de algo novo, mas a verdade é que hoje o PSD de novo só tem trazido mais e mais desgraça.


Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 23 de janeiro de 2013