Vivemos num País onde os governantes entendem que as dificuldades
nacionais devem ser suportadas por aqueles que têm apenas para viver e
por aqueles que nem isso tem.
Se meditarmos bem e em profundidade vamos mesmo concluir que o País tem as dificuldades financeiras que tem porque foi feita há já muitos anos a opção de criar e não incomodar uma pequeníssima percentagem de população que acumulou uma altíssima percentagem da riqueza nacional. Impostos altos para quem trabalha ou tem rendimentos de algum património – impostos baixíssimos para a banca e banqueiros; impostos altos para quem tem duas ou três casas – impostos nulos para quem detêm milhões de euros em acções; perda de regalias sociais para quem está na mediania ou abaixo disso; diminuição drástica do investimento público; apertos de vários tipos para as empresas pequenas e médias – isenções para as grandes e muito grandes; etc., etc., são as características dominantes da política económica e social que está a ser feita. É deste “material” que é feita a Proposta de Orçamento de Estado para 2007 e é com estas opções que o Governo PS diz que vai “salvar Portugal”. Duvido que se o chamado “Compromisso Portugal”, clube político dos homens ricos do país, tivesse responsabilidade de governar pudesse fazer coisa melhor (para eles claro). Estamos perante uma péssima Proposta de Orçamento de Estado.
José Decq Mota em Crónicas D’Aquém no Açoriano Oriental
