Prefiro esquecer-me esta semana de referir muita coisa politicamente desagradável que se passou nos últimos dias porque, em minha opinião, algo de muito mais importante está por se passar ainda, e tem data e hora marcada para este sábado, dia 2:
Concentração às 15h no largo cujo nome coincide com a data do evento: o Largo 2 de Março.
Percurso: Largo 2 de Março - Rua de Lisboa - Campo de São Francisco - Avenida Marginal - Praça Vasco da Gama - Rua de Sta Luzia - Portas da Cidade.
E às 18,00 horas (19,00 no Continente) vamos todos cantar a Grândola Vila Morena.
O “ensaio” que decorreu no sábado passado no Mercado da Graça obteve um entusiástico apoio de todos os que dessa forma viram a sua entristecida e empobrecida normalidade inopinadamente interrompida.
O apelo dos militares a que o povo se manifeste, bem como a anunciada participação conjunta do movimento “Que se lixe a troika” e da CGTP-in nesta importante jornada nacional de luta e protesto contra o crime social coletivo e continuado que a troika estrangeira (à sétima visita) e os seus agentes instalados no Governo de Portugal, com o beneplácito do seu Presidente da República, estão a praticar, representam só por si uma lufada de ar fresco e um importante salto qualitativo no protesto organizado e consequente do Povo Português em legitima defesa dos seus mais elementares direitos como pessoas, povo e nação, que são de facto (e não números para estender em lençóis de excel), por uma radical mudança de políticas que consiga travar a espiral recessiva que a todos nos engole, favorecendo muito os poucos que a provocaram e alimentam e que são os mesmos que dominam atualmente tanto o mercado financeiro que extravasa fronteiras como os governos seus serventuários adentro delas, seja o de Portugal seja o de outros países desta Europa prenhe de injustiças e desigualdades em que o nosso país se insere.
Esta iniciativa poderá e deverá constituir o verdadeiro e legítimo julgamento da 7ª avaliação que a troika veio esta semana fazer a Portugal…por mais que os seus serventuários principais que dão por nome de Coelho e Portas e chefiam dois partidos, o PSD e o CDS, persistam em ver o paraíso no inferno...
Lamentável é ver, enquanto até já quadros do PSD se distanciam publicamente das políticas falidas e ineficazes da coligação governamental e das falácias que esta vocifera e difunde como uma cassete por todo o país, importantes dirigentes nacionais do PS (como, entre outros, Francisco Assis) ou importantes comentadores a este partido afetos (como, entre outros, Fernanda Câncio) a criticarem ou a lamentarem as vozes que se levantam contra os ministros do governo de Portugal, substituindo e mesmo interrompendo as suas discursatas ocas e deprimentes de quem perdeu há muito a legitimidade política para governar e só não foi para o olho da rua porque há um Presidente da República tão amorfo e inexistente como Américo Tomás nos tempos de Salazar, substituindo a imensidão oca e repetitiva dessas ministeriais palavras por aquela frase que diz toda e a mais simples das verdades:
A de que é o povo quem mais ordena!