Os "nossos" comentadores

jos_decq_mota_webNos dias que correm abrimos os canais nacionais de televisão e vemos como "comentadores residentes" vários antigos líderes do PSD e do PS. Não se trata de convites ocasionais para que esses antigos líderes pudessem, em função do assunto da actualidade, emitir opinião. Trata-se sim de um modo de manter na cena política activa, ao mais alto nível de projeção publica, quem dela saiu por não ter sido escolhido pelos seus pares partidários ou por ter sido rejeitado pelo voto dos eleitores.

Quando ouço Marcelo Rebelo de Sousa penso sempre que estou a ouvir o "porta- voz" de um partido inexistente, mas que teima em assumir-se como o "verdadeiro e único líder"!

Quando ouço Marques Mendes não consigo deixar de pensar que tenho frente a mim um "moço de recados", que aceita palpites de vários lados, que nunca se esquece das contas antigas que quer acertar, mas que mantém contactos privilegiados para o lado de Belém!

Quando ouço Sócrates, sem nunca esquecer as opções ideológicas que ele assumiu e que abriram as portas à desgraça em que estamos, vejo uma espécie de "escorraçado" a procurar obter um novo folego, mas vejo também uma figura cuja promoção, pelo que de mal fez, dá jeito ao poder actual.

Esta prática das televisões e de quem nelas manda, tem como objectivo essencial lançar a ideia que a vida política portuguesa não tem capacidade de se renovar, que estamos todos condenados a tomar como boas, anos a fio, as opiniões de todos os que, por opção, procuram sempre limitar a democracia e perpetuar todas as formas de injustiça social.

Temos também os chamados "politólogos" que são comentadores. Muitos deles, quando jovens, diziam-se de "extrema-esquerda". Agora, quase todos eles, assumem como missão defender e perpetuar no poder a grande finança internacional e os seus agentes nacionais!

Lutar contra estes todos estes "mercenários das ideias" é difícil mas é indispensável!

 

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 27 de maio de 2013