A vida política nacional precisa de uma urgente transformação, que evite um verdadeiro, colossal e gravíssimo colapso nacional.
Essa urgente transformação só terá condições para se dar, quando se conseguir transformar o enorme descontentamento social existente em motor político de uma transformação real e concreta. Para que se chegue aí é indispensável que se construa uma unidade entre forças políticas e sociais com capacidade de gerar uma transformação.
Transformar a vida política nacional, neste momento, não pode ser entendido como manter a política imposta pela troica, alterando apenas os ritmos da sua aplicação. Quem assim pensa, não está a pensar numa transformação verdadeira, mas está a pensar, antes, num outro modo, mais suave, de exercer um poder submisso.
Transformar a vida política nacional, de forma a preservar a democracia, a manter vivos princípios que visam a justiça social e a criar uma nova dinâmica de desenvolvimento económico, exige a capacidade de construir uma orientação geral adequada a esses objectivos e completamente independente das imposições que visam, exactamente, negar esses objectivos.
Sendo esta reflexão certa, temos que saber discernir, com lucidez, equilíbrio e realismo, aquilo que se pretende com a junção de esforços diversos: se é para dar força ao “rotativismo” do séc. XXI, não estamos a falar de transformação; se é para derrotar este poder, criando a possibilidade democrática de ser encontrada uma nova correlação de forças, estamos a falar do inicio de um processo de transformação.
Curioso e negativo é que haja, neste momento, alguns, que dizendo sempre que querem transformações, se preocupam, acima de tudo, em tentar “demonstrar” que aqueles que mais lutam por essas transformações são “incapazes” de se unirem a outros!
Neste momento é necessária uma muito ampla unidade transformadora e nela têm que caber todos!
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 2 de Junho de 2013