No passado dia 1 de Janeiro foi assinalado, um pouco por todo o lado, o Dia Mundial da Paz.
Se fosse céptico, diria, perante o que vejo, que não valia a pena nenhum esforço pela Paz.
Se fosse cínico, diria, perante o que se passa no Mundo, que “lutem, lutem, mas nada conseguem”.
Mas como não sou céptico, nem sou cínico, acredito que a vontade e a luta dos Homens acabarão por impor a Paz, não como uma situação de ausência de guerra, mas como uma situação sólida e duradoura de impossibilidade de haver guerra.
A Paz é um valor que interessa a toda a Humanidade e que deriva da própria condição humana.
Se meditarmos um pouco verificamos que o respeito, a defesa e a sustentação da Paz estão intrínseca e totalmente ligados a conceitos de justiça social, de dignidade humana, de equidade de meios, de ausência de domínios.
A consagração autêntica e verdadeira da Paz só será conseguida com a transformação profunda da sociedade.
Num Mundo onde há explorados e exploradores, dominados e dominadores, nunca haverá uma verdadeira Paz.
Enquanto existir a possibilidade de haver brutais acumulações de fortuna à custa dos desequilíbrios mundiais, do fabrico de armamento e da morte que daí resulta, nunca haverá Paz.
Acredito entretanto que a Humanidade será capaz de mudar o Mundo. A História mostra-nos enormes avanços e aterradores retrocessos nesse processo de evolução e mutação.
A cada geração cabe deixar a sua semente de Paz ou seja a sua marca pela mudança.
Saibamo-lo fazer!
José Decq Mota em “Crónicas D’aquém” no Açoriano Oriental em 11 01 2007