O OGE/2016 – No seguimento da sua aprovação considero ser meu dever registar com agrado as positivas diferenças de relacionamento político-financeiro com as Regiões Autónomas que este Orçamento pressupõe, quando comparado ao que acontecia com o anterior governo do PSD/CDS.
À parte o oportunismo eleitoralista do seu anúncio feito por António Costa no congresso do PS/Açores, desde logo o compromisso da ajuda financeira da República (62 milhões de euros) pelos prejuízos decorrentes do mau tempo que em Dezembro passado assolou a Região. Mas também o readquirido direito, anteriormente retirado, que aos Açores e à Madeira assiste relativamente ao cumprimento integral da Lei de Finanças Regionais, o que permitiu a transferência em 2016 de mais 4 milhões de euros que em 2015, sem contar com a já citada transferência pelas intempéries.
O que se constatou em paralelo entretanto foi que, malgrado os compromissos eleitorais repetidos à exaustão de sobreporem os interesses dos Açores aos interesses partidários, os deputados do PSD eleitos pela Região para a Assembleia da República votaram ao lado do seu partido contra o pagamento pelo Serviço Nacional de Saúde dos tratamentos de residentes dos Açores no Continente, para atos médicos não realizáveis nos Açores. Votaram ao lado do seu partido contra a possibilidade de a Região poder contrair até 75 milhões de euros de empréstimo para saldar dívidas a empresas. Votaram ao lado do seu partido contra o desbloqueamento da contratação na administração regional. Votaram ao lado do seu partido contra a isenção de 50% dos pagamentos à segurança social proporcionada aos produtores de leite actualmente em crise. Votaram ao lado do seu partido contra a reabilitação da cadeia de Ponta Delgada e o início da construção do novo estabelecimento prisional em S. Miguel. Votaram ao lado do seu partido contra a reposição do estatuto de aposentação dos trabalhadores dos matadouros da Região (retirado pelo anterior governo da república) ...
Já lá vai o tempo em que, no respeitante aos legítimos interesses açorianos tão injusta e repetidamente postos em causa pelo anterior governo da república, se ouvia de quando em vez do lado dos eleitos do PSD pelos Açores a voz discordante de um deles (Mota Amaral) ...
OBAMA EM CUBA – Com agrado também me apraz registar a primeira visita de um presidente do EUA a Cuba desde a revolução socialista que derrubou o ditador Fulgêncio Batista em 1959, e desde que os EUA decretaram um asfixiante e ilegítimo bloqueio económico, financeiro e comercial a este país soberano (que já dura há 54 anos).
O que se constatou em paralelo entretanto foi que, malgrado os compromissos eleitorais repetidos à exaustão de sobreporem os interesses dos Açores aos interesses partidários, os deputados do PSD eleitos pela Região para a Assembleia da República votaram ao lado do seu partido contra o pagamento pelo Serviço Nacional de Saúde dos tratamentos de residentes dos Açores no Continente, para atos médicos não realizáveis nos Açores. Votaram ao lado do seu partido contra a possibilidade de a Região poder contrair até 75 milhões de euros de empréstimo para saldar dívidas a empresas. Votaram ao lado do seu partido contra o desbloqueamento da contratação na administração regional. Votaram ao lado do seu partido contra a isenção de 50% dos pagamentos à segurança social proporcionada aos produtores de leite actualmente em crise. Votaram ao lado do seu partido contra a reabilitação da cadeia de Ponta Delgada e o início da construção do novo estabelecimento prisional em S. Miguel. Votaram ao lado do seu partido contra a reposição do estatuto de aposentação dos trabalhadores dos matadouros da Região (retirado pelo anterior governo da república) ...
Já lá vai o tempo em que, no respeitante aos legítimos interesses açorianos tão injusta e repetidamente postos em causa pelo anterior governo da república, se ouvia de quando em vez do lado dos eleitos do PSD pelos Açores a voz discordante de um deles (Mota Amaral) ...
OBAMA EM CUBA – Com agrado também me apraz registar a primeira visita de um presidente do EUA a Cuba desde a revolução socialista que derrubou o ditador Fulgêncio Batista em 1959, e desde que os EUA decretaram um asfixiante e ilegítimo bloqueio económico, financeiro e comercial a este país soberano (que já dura há 54 anos).
Esta positiva distensão em relação a Cuba, e também ao Irão, contrasta no entanto com a posição arrogante dos EUA em relação a outras situações, uma das quais nos toca bem de perto como a da Base das Lages, e com a continuação do seu envolvimento direto ou indireto em praticamente todos os cenários de guerra, violência e geradores de terrorismo, como no Iraque e na Líbia, atualmente existentes no mundo. Em particular ao lado de Israel contra a Palestina, ou ao lado dos chamados "terroristas bons" na Síria contra o governo de Assad, ou ao lado da coligação com neonazis que assaltou o poder na Ucrânia, desencadeou a guerra civil e ressuscitou a guerra fria, ou, ainda que de forma mais camuflada que outrora (no Chile em 1973, por exemplo), contra os governos progressistas democraticamente eleitos em vários países da América Latina (Brasil incluído).
Obama pode ser bem intencionado mas, para lá de presidir formalmente aos destinos dos EUA, não controla as suas armas nem dentro nem fora do território, e estas continuam infelizmente a representar a maior de todas as ameaças à paz mundial...
Artigo de opinião de Mário Abrantes