Quero aqui registar que a situação me preocupa profundamente. Temos na Fajã um navio de 16.800 Toneladas com 175 metros de comprido, com 800 contentores carregados e com quase 1.300 toneladas de combustível a bordo. A baía é aberta a Norte e felizmente está, desde Domingo, abrigada do vento e do mar de Leste. Mas o vento e o mar vão, inevitavelmente, virar e a resistência da estrutura do navio começará a ceder. As tentativas para safar o navio estão a ser feitos por um potente rebocador de bandeira russa que, estaciona, desde há anos ao largo de Ponta Delgada. As medidas tomadas pelo Armador e pela Autoridade Marítima visaram, e bem, a tentativa de retirada do navio. Não obstante isso é necessário e muito urgente começar a ser medido o perigo que ali temos. No caso de não ser possível tirar o navio, como é que se vai retirar combustível e contentores? No caso de haver (parece que há) cargas poluentes como se vai agir? O cenário mais difícil está pensado? Como defender os mares e as costas do Faial, do Pico e de São Jorge? As respostas são muitíssimo urgentes mas bom seria que ainda fosse possível retirar o navio dali.
José Decq Motta, Publicado em 15/12/05 em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental