O argumento dos trabalhadores é muitíssimo forte, porquanto sendo verdade que as IPSSs e Misericórdias são independentes da Administração Pública, também é verdade que essas instituições tem tantas estruturas de apoio aos idosos e à infância, porque a Região, através de protocolos, assegura o pagamento do respectivo pessoal. Sendo a Região a entidade pagadora nada há que justifique que pague a esses trabalhadores menos do que paga aos que exercem as mesmas funções na Administração Pública. De luta em luta os trabalhadores conseguiram aumentos 5% superiores ao da Função Pública em 2004, em nome dessa convergência. Nessa ocasião (antes das eleições regionais de 2004) o Presidente do Governo prometeu aumentos superiores ao da Função Pública na ordem dos 4%, durante vários anos, por forma a efectivar-se essa convergência legítima. As eleições passaram e também nesta área e nesta Região, a promessa caiu. Aparece agora a “proposta “de nos próximos 4 anos os aumentos das IPSSs serem superiores à Função Pública em 0,3% (zero virgula três). A única resposta imaginável a esta quebra de promessa e a esta verdadeira infâmia é a luta firme e unida dos trabalhadores. Os “fretes” ao Governo ficam para aqueles que só vivem de fretes. A luta, verdadeira, fica para os trabalhadores.
José Decq Mota em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental