Começar com optimismo

jose_decq_motta.jpgO optimismo não faz mal a ninguém desde que ajude a reforçar a determinação e o espírito de luta daqueles que o têm. Ao contrário o pessimismo é gerador da descrença e da imobilidade face às injustiças, distorções e desequilíbrios que marcam a vida das nossas sociedades.

Eu sou optimista! Sei bem que a luta é indispensável e sei bem que, em muitos casos, só a tenacidade introduz eficácia à luta. Mas também sei que há sempre a possibilidade do lado bom de cada homem se poder manifestar de forma determinante. O meu optimismo faz-me esperar em cada momento pela possibilidade de aumentar o número dos que lutam, lucidamente por mais justiça. Iniciámos agora o ano de 2006, que será certamente um ano difícil. Um pessimista dirá que vai ser um ano negro. Um optimista, como eu, dirá que vai ser um ano certamente difícil mas de luta transformadora com capacidade de afirmação. Sinto pena por todos aqueles que engolem sem tugir nem mugir todas as teses neo-liberais e ultra dominadoras que hoje comandam o mercado. Sinto pena por todos aqueles que se acomodam nos poderes e o usam para incomodar todos os outros. Sinto pena e repulsa por todos os que, sem razões de classe ou fortuna, passam a vida a queimar os neurónios para defender os que constroem fortunas absurdas a explorar os restantes. Nessa pena e nessa repulsa encontro forças que animam a minha determinação em contribuir para a construção de um mundo novo, que seja justo, onde se viva com qualidade e onde, acima de tudo, a liberdade seja real e plena. Bom Ano para todos.

José Decq Mota em Crónicas d’Aquém no Açoriano Oriental a 05/01/2006