Quando era preciso uma intensa actividade de mobilização e esclarecimento, foram muitos os interventores que se “fecharam em copas”. Quando era preciso integrar no debate a questão da Autonomia, do Estatuto e outras, foram poucos os que o tentaram fazer e foram, infelizmente, muitos os que nada fizeram para que isso acontecesse. Quando era preciso uma ampla divulgação regional da importância destas eleições para a Região, os que o deviam fazer assobiaram para o lado e pouco ou nada fizeram. Quando era preciso determinação para combater o perigo do centralismo, o que vimos foram tentativas confrangedoras para tentar branquear a imagem daquele que foi o 1º Ministro mais centralista do pós 25 de Abril – Cavaco Silva. Apesar da preparação desta eleição estar recheada dos Pilatos que “lavaram as mãos”, em vez de tomarem posição e dos judas que “traíram” tudo o quanto diziam antes, é necessário persistir e votar contra aquilo que nos querem apresentar como inevitável. Essas particularidades da campanha embora muito marcantes e muito e muito despropositadas, não anularam entretanto o nosso dever. E o nosso dever é votar e votar em consciência. E o nosso dever é não esquecer nada no momento em que votamos
José Decq Mota em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental a 19-01-2006