Notas políticas em vésperas de eleições Presidênciais

jose_decq_motta.jpg1. O Presidente que Portugal precisa – O nosso País precisa de eleger um Presidente que saiba e queira cumprir com rigor as funções presidenciais, nomeadamente exercer com empenho o papel que lhe cabe como defensor da Constituição da República.

O Candidato apoiado pela Direita e pelo grande capital nacional e internacional não desempenharia nunca esse papel. No caso desse candidato ser eleito não passará muito tempo e teremos, com certeza, sérias convulsões políticas.

2. O Presidente da República que interessa aos Açores – O nosso País precisa de ter um Presidente da República que compreenda, aceite e defenda a realidade fundamental do nosso Estado que são as Regiões Autónomas. O candidato apoiado pela Direita e pelo grande capital nacional e internacional, demonstrou nos 10 anos que foi 1º Ministro ser o mais centralista que se pode ser e desrespeitar profundamente a Autonomia. No caso desse candidato ser eleito não passará muito tempo e teremos, com certeza, retrocessos nas conquistas Autonómicas.

3. Os desejos da Direita – A Direita, toda ela, têm em relação às eleições do dia 22/01/06 os seguintes principais desejos: a) Que Cavaco ganhe à 1ª volta. b) Que o Candidato oficial do PS (Mário Soares) não fique em 2º lugar tendo em vista o inevitável enfraquecimento que isso provocaria na Direcção do PS (que é Governo!). c) Que o candidato do Bloco de Esquerda, Loucã, tenha maior expressão do que o candidato apoiado pelo PCP, Jerónimo, tendo em vista o enfraquecimento do PCP, único adversário consequente da política de direita. d) Que a abstenção de esquerda seja um facto, pois só assim Cavaco ganha à 1ª volta.

4. A resposta possível para um democrata consequente – Se todos os que sabem o que o “Cavaquismo” foi e o que Cavaco representa forem às urnas, contra ele, não haverá vitória de ninguém à 1ª volta. Se todos os que reconhecem que a posição do PCP na Sociedade portuguesa é essencial para defender um projecto de desenvolvimento que valorize o trabalho, votarem em Jerónimo, dando expressão eleitoral à grande mobilização que a sua campanha tem motivado, então haverá força para reclamar na 2ª volta uma posição de equilíbrio ao candidato democrata que a ela aceder.

5. As sondagens, os palpites e as manipulações – Como todos sabemos há sondagens sérias, mas há também e são a maioria, muitas que não o são. Hoje vi várias e das várias que vi percebi o desnorte manipulador que por aí vai. Foi uma sondagem falsa que em 2004, dizendo que a AD ia ganhar nos Açores, que fez com que a bipolarização fizesse os estragos que fez. Espero que o nosso Povo não se deixe enganar por todos os palpites e manipulações cavaquistas que dão pelo nome de sondagens.

6. Ir às urnas – É necessário ir às urnas, mas também é necessário não esquecer nada quando se está a votar. De nada vale estar preocupado com a falta de emprego, com a perda de direitos, com os salários baixos, com o desprezo pela agricultura, com a destruição das pescas e depois, no momento do voto, ir votar naquele que foi escolhido e que representa os que querem e fazem essas políticas. Não se esqueçam disso.

José Decq Mota no “Tribuna das Ilhas” em 20 / 01/ 2006