Nos Municípios são os faustosos “boletins municipais” a “fazer balanço” da grande eficácia da maioria! A nível de juntas são as ofertas de materiais de construção, ou de máquinas para abrir caminhos ou … de emprego para a filha “se nós ganharmos”! Primeiras pedras são muitas. Anúncios de projectos, com pompa e circunstância, maqueta e cocktails são variados. Declarações magestáticas sobre o investimento futuro são imensas em todas as áreas. Tudo isto é feito, tudo isto é intolerável, tudo isto diz muito sobre o fraquíssimo suporte democrático desses que governam a Região e desses vários que governam os Municípios e procedem assim. Mas o intolerável, transforma-se em ridículo em certas circunstâncias. Vejamos esta: Em Setembro de 2004, depois de um longo processo que envolveu os Órgãos Regionais e os Órgãos de soberania e que teve o patrocínio do Presidente da república, foram transladados para o Panteão Nacional os restos mortais do primeiro Presidente eleito da República, o faialense Manuel de Arriaga. Tratou-se de um acto político de justiça que teve inequívoco apoio de todas as forças políticas nos planos regional e nacional. Foi, como calculam, com enorme espanto que recebi por estes dias um Convite, para o dia 16 de Setembro, dirigido pelo senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, pelo senhor Presidente da Câmara da Horta e pelo Senhor Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, para assistir (calculem!) à Sessão Comemorativa do 1º Aniversário da Concessão de Honras de Panteão Nacional a Manuel de Arriaga.
No fim do Convite vinha a referência que Sua Excelência o Presidente do Governo Regional faria uma intervenção. Há um ano foi feito o adequado cerimonial, um ano depois comemora-se o 1º Aniversário desse cerimonial. Tudo isto parece um pouco tolo, mas o certo é que dá jeito ao PS/Faial que seja esbatida a imagem de pouco apreciador do Faial que o Presidente do Governo tem. Por isso ele foi lá falar e louvou esse ilustre faialense. Dá também jeito ao PS/Faial, nesta véspera de eleição para a Câmara, criar a imagem que algumas aspirações antigas são atendidas. Por isso lá foi o Presidente falar da Casa Museu Manuel de Arriaga e de outras coisas. Entretanto a Câmara e o Governo aproveitam os serviços solícitos de alguns “independentes” totalmente dependentes que são capazes de inventar tudo – inclusive a Comemoração do 1º Aniversário das Honras de Panteão Nacional! – para ficarem bem colocados no pequeno filme dos maus momentos das histórias local e regional. Era preciso que César fosse ao Faial quebrar a justa imagem negativa que ele e o seu Governo têm naquela Ilha e ele foi, mesmo tendo sido necessário do seu merecido e eterno repouso a imagem vestuta e íntegra do Dr. Manuel de Arriaga. Intolerável e ridículo.
José Decq Mota