A necessidade de introduzir na vida política regional factores que
contribuam para a alteração do paradigma e das estratégias de
desenvolvimento que alterem qualitativamente a vida política e
democrática na Região é um imperativo para muitos cidadãos
que não se identificam com o modelo executado e preconizado pelos descaracterizados governos do PS Açores que, apesar da conjuntura francamente favorável em que governam, não souberam nem quiseram contribuir para que os Açores se guindassem em definitivo para os trilhos do desenvolvimento harmónico.
Esta necessidade é igualmente premente no que concerne à qualidade da vida política e democrática e ao funcionamento dos órgãos políticos e ao exercício do poder, preocupação manifestada, ainda que em surdina, por muitos cidadãos, instituições e organizações. A qualidade da vida democrática e cívica promovida pelo poder político executivo têm levado ao descrédito, ao défice de participação política, ao descontentamento e à resignação de alguns. Resignação alimentada na ideia de que no actual contexto político e do crédito ou descrédito das organizações partidárias a expectativa é de que tudo fique na mesma depois das eleições regionais deste ano.
Nada mais errado! As alterações são desejáveis e possíveis pois do que se trata, em primeira instância, é de eleger deputados e de reequilibrar a representação partidária na Assembleia Regional, ou seja, retirar poder a quem tem de mais e dele faz um mau uso, dar mais pluralidade àquele órgão elegendo deputados que não se limitem a fazer coro com a maioria, ainda que num tom mais acima ou mais abaixo. Deputados que possam, tal como aconteceu entre 1984 e 2004, fazer a diferença na forma como exercem os mandatos para que são eleitos mas, sobretudo a diferença nas propostas alternativas ao actual modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser implementado pelo PS Açores, com o beneplácito do PSD e do PP Açores.
As políticas públicas têm de favorecer o desenvolvimento harmonioso, o quadro financeiro, sendo favorável não pode nem deve ser desperdiçado com a alienação de património comum ou, hipotecando o futuro a modelos de financiamento de obras públicas anacrónicos, como seja o caso das SCUTS de S. Miguel e do novo Hospital de Angra do Heroísmo.
As denominadas ilhas da coesão precisam mais do que obras de betão e asfalto. As ilhas da coesão necessitam de políticas públicas que acautelem o futuro com medidas e planos integrados que favoreçam a fixação e captação de população e dos meios que potenciem as particularidades das suas economias.
A economia regional que sendo periférica, externamente dependente e desprovida de dimensão e escala de mercado, por isso fortemente sujeita à instabilidade conjuntural dos mercados, factor que, de entre outros, motivou ciclos económicos de monocultura na satisfação da procura externa e de uma errada estratégia de conferir competitividade à economia açoriana dando dimensão à produção.
No presente continua a verificar-se a existência de um forte sector produtivo assente na agropecuária e na pesca garantindo a necessária e desejável sustentabilidade à economia regional. Sectores que, em minha opinião, devem ser objecto de políticas públicas adequadas e ajustadas à sua importância. Paralelamente a diversificação da economia regional deve ser igualmente objecto de uma política que a favoreça sem que se caminhe para a sua pulverização. A desejável e necessária diversificação dos sectores económicos deve ter em conta a complementaridade e não procurar os caminhos ínvios da substituição de um sector dominante por outro.
É tempo de os ciclos da monocultura pertencerem apenas à história económica dos Açores. É tempo de mudanças e de um novo rumo para os Açores. É tempo de procurar o caminho do desenvolvimento harmonioso e da justiça social. É tempo de mudar, de alterar, de equilibrar.
É tempo de acabar com a sobranceria e a asfixia do absolutismo rosa!
Anibal Pires no Jornal "A União" em 25 de Março de 2008
Esta necessidade é igualmente premente no que concerne à qualidade da vida política e democrática e ao funcionamento dos órgãos políticos e ao exercício do poder, preocupação manifestada, ainda que em surdina, por muitos cidadãos, instituições e organizações. A qualidade da vida democrática e cívica promovida pelo poder político executivo têm levado ao descrédito, ao défice de participação política, ao descontentamento e à resignação de alguns. Resignação alimentada na ideia de que no actual contexto político e do crédito ou descrédito das organizações partidárias a expectativa é de que tudo fique na mesma depois das eleições regionais deste ano.
Nada mais errado! As alterações são desejáveis e possíveis pois do que se trata, em primeira instância, é de eleger deputados e de reequilibrar a representação partidária na Assembleia Regional, ou seja, retirar poder a quem tem de mais e dele faz um mau uso, dar mais pluralidade àquele órgão elegendo deputados que não se limitem a fazer coro com a maioria, ainda que num tom mais acima ou mais abaixo. Deputados que possam, tal como aconteceu entre 1984 e 2004, fazer a diferença na forma como exercem os mandatos para que são eleitos mas, sobretudo a diferença nas propostas alternativas ao actual modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser implementado pelo PS Açores, com o beneplácito do PSD e do PP Açores.
As políticas públicas têm de favorecer o desenvolvimento harmonioso, o quadro financeiro, sendo favorável não pode nem deve ser desperdiçado com a alienação de património comum ou, hipotecando o futuro a modelos de financiamento de obras públicas anacrónicos, como seja o caso das SCUTS de S. Miguel e do novo Hospital de Angra do Heroísmo.
As denominadas ilhas da coesão precisam mais do que obras de betão e asfalto. As ilhas da coesão necessitam de políticas públicas que acautelem o futuro com medidas e planos integrados que favoreçam a fixação e captação de população e dos meios que potenciem as particularidades das suas economias.
A economia regional que sendo periférica, externamente dependente e desprovida de dimensão e escala de mercado, por isso fortemente sujeita à instabilidade conjuntural dos mercados, factor que, de entre outros, motivou ciclos económicos de monocultura na satisfação da procura externa e de uma errada estratégia de conferir competitividade à economia açoriana dando dimensão à produção.
No presente continua a verificar-se a existência de um forte sector produtivo assente na agropecuária e na pesca garantindo a necessária e desejável sustentabilidade à economia regional. Sectores que, em minha opinião, devem ser objecto de políticas públicas adequadas e ajustadas à sua importância. Paralelamente a diversificação da economia regional deve ser igualmente objecto de uma política que a favoreça sem que se caminhe para a sua pulverização. A desejável e necessária diversificação dos sectores económicos deve ter em conta a complementaridade e não procurar os caminhos ínvios da substituição de um sector dominante por outro.
É tempo de os ciclos da monocultura pertencerem apenas à história económica dos Açores. É tempo de mudanças e de um novo rumo para os Açores. É tempo de procurar o caminho do desenvolvimento harmonioso e da justiça social. É tempo de mudar, de alterar, de equilibrar.
É tempo de acabar com a sobranceria e a asfixia do absolutismo rosa!
Anibal Pires no Jornal "A União" em 25 de Março de 2008