Todos acharam as instalações indignas; vários entenderam que eram pouco seguras; todos asseguraram que era espantoso o bom trabalho feito em tão más condições. Vieram todos ver esse antigo balneário e posto de desinfecção situado debaixo das escarpas rapadas do Monte Queimado e todos, sem excepção, afirmaram que era muitíssimo urgente fazer novas instalações. Em 1989, na Presidência Aberta, o Dr. Mário Soares disse isso. Nos outros anos muitos titulares de vários cargos o afirmaram. Só que ninguém fez nada de sério e a sério para resolver este problema. A Universidade, em passo lento, comprou o antigo Hospital (há vários anos), encomendou estudos e outros projectos e avançou, só recentemente, com o projecto que está pronto. A Universidade, numa primeira fase, avançou sem convicção e com vários ditos inconvenientes e injustos como foi o caso em 98 a seguir ao sismo em que o então Reitor “ameaçou” retirar o DOP da Horta. A Universidade, recentemente, pegou na questão com determinação. Os Governos da República (de Cavaco Silva, de Guterres, de Barroso, de Lopes e agora de Sócrates) mostraram sempre ou completa ausência de vontade, ou má vontade. Foi triste ouvir o Ministro Mariano Gago tentar sacudir a água do capote a este respeito, mas agora já não há desculpas e há que avançar com a definição do financiamento e o concurso público. E isso tem que ser já!
José Decq Mota em “Crónicas d’Aquém” no Açoriano Oriental em 16/02/2006