Desde logo vai votar-se para um Parlamento que tem poucos poderes e onde as forças ao centro são iguais (PSE e PPE). Vai votar-se para um Parlamento de uma instituição multinacional que está a a ser construída à margem dos Povos, querendo a elite eurocrata dominadora impor reduções sérias de soberania e, principalmente, impor um modelo estático de exploração de quem trabalha.
Não me admira nada que os cidadãos não se sintam motivados para escolheram, pelo voto, os titulares de lugares cheios de mordomias, mas que pouco se sabe sobre a real influência do papel por eles desempenhado; não me admira que os cidadãos se sintam revoltados quando, perante o não do Povo Irlandês ao Tratado dito de Lisboa, os “senhores” desta Europa, tenham partido o leve e formal verniz democrático que usam e tenham feito todo o tipo de ameaças; não me admira que os cidadãos se sintam chocados quando vêm figuras como o antigo Presidente Sampaio, o candidato V. Moreira ou o Eng. Sócrates, virem dizer que só há este modelo de Europa, ou seja, um modelo em que Portugal se apaga por opção própria e onde os portugueses se submetem, de forma definitiva, ao grande capital e aos seus representantes alemães, franceses e pouco mais.