Aí estão elas, as eleições. Começamos pelas eleições europeias, já no próximo dia 7 de Junho. As eleições europeias não podem ser encaradas como uma forma de ratificar e dar força à Europa de dirigentes e eurocratas que está a ser construída longe e contra os Povos.
O contrário, essas primeiras eleições deste ano, têm que dar força àqueles que defendem uma Europa de paz e cooperação entre países soberanos, unidos por um projecto comum de desenvolvimento.
Neste começo de campanha para as europeias assistimos a uma situação ridícula e a uma situação politicamente muito significativa.
A situação ridícula prende-se com a afirmação de Sócrates, feita em Espanha e em Portugal no mesmo dia, segundo a qual “há que dar força ao PS (europeu), para que a Europa mude, tal como os EUA mudaram com Obama”. Ao mesmo tempo que diz isso Sócrates apoia Durão Barroso do PPE para novo mandato como Presidente da Comissão Europeia! Todos sabemos que o PSE e o PPE têm uma “santa aliança” quanto ao modelo europeu em construção, modelo esse que assenta no poder dos países fortes, no domínio das elites com cada vez menos princípios e na acção regulamentadora de uma classe parasitária (os eurocratas), tudo isso ao serviço servil do grande poder económico. Ao afirmar que votar nos PSs da Europa é votar numa mudança europeia, Sócrates está, friamente, a mentir e isso é grave.
Sem mentir e a cumprir de forma total o seu papel mobilizador, esteve, na abertura da campanha europeia, a CDU, que mobilizou, numa marcha de protesto, mais de 85000 pessoas. O protesto, fortíssimo, foi contra toda a política que brota desta UE e que é feita contra os direitos dos povos.
No dia 7 de Junho vou votar, mas vou votar numa verdadeira mudança e não naquela que, delirantemente, Sócrates proclamou.