Estamos em tempo de férias para aqueles que usufruem desta conquista civilizacional. De fora ficam os muitos milhões que nunca tiveram a possibilidade de perceber o significado dessa palavra.
No nosso País, graças ao 25 de Abril, o usufruto de férias está muito generalizado e, pesem embora as dificuldades económicas, milhões de portugueses têm estado de férias. Em Portugal, este ano, as férias têm uma novidade: pode-se avaliar, mais descontraidamente, o esforço que os políticos de primeira linha fazem para tentar captar apoios e votos, tendo em vista as eleições de 27 de Setembro. Assim vemos Sócrates a tentar, desesperadamente, fazer esquecer a má politica que realizou; vemos Ferreira Leite a procurar provar, sem sucesso, que as politicas do PSD são diferentes das políticas realizadas pelo PS; vemos Jerónimo a demonstrar, coerentemente, que é necessária uma clara ruptura com as politicas de direita; vemos Louçã a tentar, ingloriamente, provar que não tem interesse nas posições de Manuel Alegre e vemos Portas, histrionicamente, a tentar assumir o papel de “direita social”.
Há quatro anos Sócrates ganhou com maioria absoluta porque, na campanha eleitoral, conseguiu convencer uma larga faixa de portugueses de que ia realizar uma política melhor do que a realizada por Durão e Santana. A desilusão foi total e a política feita pelo governo do PS foi, apenas, o aprofundamento em altíssimo grau, da política de direita que vinha de trás. Sócrates traiu as suas próprias promessas e empurrou o País para a situação de maior injustiça relativa que se vive desde o 25 de Abril.
Romper com esta situação e impor uma nova politica, democrática e de crescimento económico, de criação efectiva de emprego e de justiça social, é o caminho que nos resta.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado no jornal "Diário Insular", na sua edição de 25 de Agosto de 2009