Governo silencia negócio com multinacional canadiana em zonas ecologicamente sensíveis
O Deputado do PCP Açores, Aníbal Pires, questionou hoje no Parlamento o Governo Regional sobre o acordo estabelecido com a multinacional canadiana, Nautilus Minerals, para operações de prospeção de minerais em fontes hidrotermais no Mar dos Açores, nomeadamente atribuindo-lhe direitos de prospeção junto ao campo hidrotermal “Lucky Strike”.
Aníbal Pires recordou que o PCP apresentou, em Julho do ano passado, um requerimento exigindo esclarecimentos sobre esta matéria, que o Governo deixou sem qualquer resposta, procurando manter o silêncio sobre a prospeção de minerais no Mar dos Açores.
O Deputado do PCP recordou ainda que os ecossistemas das fontes hidrotermais são extremamente frágeis e ainda mal conhecidos, pelo que não é possível prever todos os impactos ambientais desta atividade, pelo que se impõe a aplicação de um princípio de precaução. Aníbal Pires assinalou ainda que a tecnologia que esta empresa pretende empregar na sua mina submarina Solwara 1, na Papua Nova-Guiné, implica o corte e escavação das fontes hidrotermais e a subsequente destruição de habitats, bem como a deposição de lamas resultantes da escavação no fundo marinho.
Assim, o PCP exigiu esclarecimentos sobre os termos do acordo com a Nautilus Minerals, os estudos de impacto ambiental realizados, a tecnologia que irá ser empregue, o envolvimento da comunidade científica regional, nomeadamente do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, bem como os meios de supervisão e fiscalização dessa atividade.
Para o PCP esta questão é demasiado relevante e significativa para poder ser tratada em segredo, sem qualquer escrutínio público, pelo que exige que o Governo esclareça este assunto.