1. O Presidente do PS/Açores veio a público, no Continente, participar
na Campanha Eleitoral do seu partido. Tem toda a legitimidade para o
fazer, embora tenhamos que lamentar que não tenha tido a mesma
disponibilidade para assumir compromissos claros, nesta campanha aqui
na Região, sobre vários problemas nossos que dependem da decisão da
Assembleia da República.
Acontece porém que o Sr. Presidente do PS/Açores decidiu, nessa sua intervenção de comício, assumir-se, não apenas como defensor das posições do seu partido, o que é natural, mas também como dono da verdade absoluta o que já não é, nem natural, nem aceitável.
Carlos César afirmou em dado momento que (passo a citar) “votar PCP ou BE faz sorrir Santana Lopes”, tentando desmotivar o voto em outros partidos, que não o PS.
A nossa democracia é, por definição, pluralista e nela participam múltiplos partidos políticos.
Não é aceitável que um dirigente político de um partido democrático tente enganar os eleitores de forma tão grosseira.
O Presidente do PS/Açores, sabe tão bem quanto eu, que o voto na CDU contribui sempre para derrotar os partidos da direita. Mas o Presidente do PS/Açores também sabe, como eu que o voto na CDU é o voto mais seguro contra as políticas de direita sejam elas feitas pelo PSD e o PP, sejam elas realizadas pelo PS.
O que o Presidente do PS/Açores teme, quando injuria a CDU e outras forças, é que o reforço da CDU possa criar, de facto, condições para que seja realizada uma política séria de esquerda, equilibradora da sociedade e motivadora de um desenvolvimento socialmente mais justo.
A derrota da direita que está no poder é um imperativo que se coloca ao nosso Povo e ao nosso País e que vai ser realizado no próximo dia 20. Mas é preciso ir mais longe, é preciso evitar um poder absoluto do PS, dominador e não dialogante, como se vê pelo exemplo dos Açores.
Para isso o caminho está no reforço da CDU, reforço esse que só fará sorrir, na realidade, todos os que desejam políticas melhores e mais justas.
2. O 1º candidato do PSD, pelo Círculo dos Açores tem na sua campanha insistido fortemente na necessidade “de entendimentos entre o PSD e o PS” para fazerem “pactos de regime”, tendo em vista a reforma do sistema político, da justiça, da saúde, da educação, da segurança social, etc.
Esta posição do Dr. Mota Amaral, de verdadeiro apelo a um novo “bloco central” para realizar as políticas de direita é reveladora e merece, sem qualquer dúvida um comentário.
Quando Mota Amaral usa a expressão “pacto de regime” e depois estende esses acordos a praticamente todas as áreas está a partir do pressuposto que os programas políticos actuais do PSD e PS são muito próximos.
Está, também, a partir do pressuposto que, independentemente de quem forme governo, é possível realizar as mesmas políticas “por acordo”. Está, assim a demonstrar, porventura sem o querer, que a única saída que existe para o povo português é dar mais força àqueles, como a CDU, que defendem outras e melhores políticas.
Políticas que não acentuem a exploração do trabalho, retardando a reforma.
Políticas que motivem maior produção e produtividade, remunerando o trabalho de forma digna.
Políticas sociais muito mais justas e claramente herdeiras do espírito democrático profundo do 25 de Abril.
O Dr. Mota Amaral, porventura com o seu pueril e irrealizável sonho de se candidatar à Presidência da República, apela inocentemente a um novo Bloco Central!
As declarações do Dr. Mota Amaral são a melhor prova de que, para mudar a sério, é preciso reforçar a CDU.
3. A três dias das eleições apelo, de forma clara, firme e muito convicta, ao voto açoriano na CDU.
O Voto na CDU é o Voto Alternativo.
O Voto na CDU é o Voto na competência, na coerência e na firmeza.
O Voto na CDU é o único Voto útil e sério para derrotar a direita e para derrotar as políticas de direita.