Em finais da semana passada os eleitos da CDU da Assembleia Municipal dos concelhos da Calheta e Velas e os dirigentes locais reuniram para definir e reforçar as linhas de intervenção nas Assembleias Municipais dos dois concelhos. O contacto com a população permitiu aprofundar ulteriormente o seu conhecimento da realidade, dos problemas e das expectativas dos Jorgenses.
Foi mais uma vez constatado que nos últimos anos São Jorge tem vindo a perder população, sem que sejam tomadas medidas concretas para reverter esta situação. Portanto, os problemas continuam e a inércia também: persiste a falta de habitação; as carências na área da saúde; nos transportes marítimos e aéreos; a falta ou os atrasos dos apoios aos micro, pequenos e médios empresários e os atropelos dos direitos dos trabalhadores. Têm vindo, sim, a aumentar as políticas de exploração, precariedade e os baixos salários.
Na habitação é necessário criar e reforçar incentivos à recuperação de habitação devolutas, degredada e em estado de ruína, dando a possibilidade de compra, bem como do arrendamento a custos controlados para travar a escalada do aumento dos custos da habitação.
Os problemas na saúde continuam a passar pela carência de médicos e enfermeiros, a falta de valorização dos assistentes técnicos e operacionais, bem como as condições precárias em que os profissionais de saúde exercem a sua profissão, especialmente, no concelho das Velas.
No que diz respeito aos transportes marítimos de passageiros e aéreos, continuam a perder-se oportunidades. Por falta de estratégia e planeamento de integrado de transportes, não se potencializando, verdadeiramente, o destino São Jorge, como ficou evidente com caso da linha laranja.
A falta de apoios aos micro, pequenos e médios empresários é gritante: há grande demora na aprovação de projetos, e, quando estes são aprovados, o financiamento chega tarde e a más horas, desalentando todo e qualquer empreendedor.
Em relação ao trabalho, está instalada uma política de exploração de quem produz a riqueza com a força do seu trabalho. É a política dos baixos salários, onde se generaliza o salário mínimo regional, independentemente da profissão que o trabalhador tenha ou das funções que esteja a exercer. Entre outros exemplos, ainda há atrasos no pagamento dos subsídios de férias, falta de pagamento de horas extraordinárias e das despesas de deslocação de um local de trabalho para outro.
Para estes problemas da vida que os jorgenses enfrentam não tem havido resposta por parte do Governo Regional, ou são tomadas medidas escassamente relevantes. Preocupado com a sua própria sobrevivência, e tendo de satisfazer os caprichos da maioria que o sustenta, este governo faz pouco ou nada com os instrumentos autonómicos que tem ao seu dispor. Ao não tomar as opções necessárias para o reforço dos salários, prejudica os jorgenses e todos os açorianos, que bem se apercebem que esta crise não é para todos: de facto, os que verdadeiramente produzem a riqueza apertam o cinto, enquanto uma minoria continua a acumular riqueza à custa do trabalho alheio.
O PCP defende que existe uma alternativa a esta política que sufoca o desenvolvimento regional e o seu crescimento. As propostas que o PCP apresenta para responder aos problemas da Região e dos açorianos, ao serem implementadas, também dariam um forte contributo para o desenvolvimento da ilha de São Jorge, dado que visam serviços públicos acessíveis para todos, a concretização do direito à saúde e à habitação, o aumento dos salários, o combate à precariedade e a políticas de fixação de população.
Comissão de ilha de São Jorge do PCP