Para o PCP Açores, o atual Plano e Orçamento apresentado pelo governo regional é mais uma vez um enunciado de intenções que pretende agradar a todos os partidos que o possam manter no poder. E, viabilizando o PORAA, estes darão continuidade à política de direita que mais uma vez não enfrenta os problemas que os açorianos enfrentam todos os dias - aumento do custo de vida, baixos salários, pensões e reformas, precariedade, dificuldades na saúde, na educação, na habitação, na mobilidade aérea, marítima e terrestre e nos serviços da administração publica. Como foi afirmado, este é de facto um PORAA de continuidade, e a partir desse pressuposto é fácil prever que os açorianos, que já não viram respostas quando em 2022 e 2023 os preços aumentaram em 10%, e em 22,5% no que toca à alimentação, continuarão a não ver soluções. Custe o que custar, e tenha isso as consequências que tiver, o governo regional insiste nas privatizações. É assim relativamente à SATA Internacional – Azores Airlines, aos Hotéis da Graciosa e das Flores, às Termas do Carapacho, como o foi com a conserveira Santa Catarina: a ideia de fundo é privatizar tudo o que se puder, para entregar e centralizar a riqueza nos grupos económicos.
Também não se vê um decisivo estímulo à produção regional, à dinamização do mercado interno e à diminuição da dependência externa.
Para o PCP Açores, o PORAA apresentado deixa pairar uma neblina em diversas matérias, nomeadamente nas áreas da saúde, educação, transportes aéreos e marítimos e produção. A única certeza é de que não se encontra nele nenhuma autêntica vontade de valorização dos trabalhadores e do trabalho.
A Região e os açorianos precisam é de mais investimento público, e não do seu contrário, especialmente nas áreas acima referidas.
O que se lê no PORAA são respostas vagas, muitas das quais não serão sequer concretizadas pelo Governo Regional de PSD, CDS e PPM. Para o PCP Açores fica claro que este conjunto de intenções não aponta para medidas efetivas, cuja concretização contribuiria para fazer face à crise social que se vive na Região.
Os partidos que viabilizarem o PORAA estarão a viabilizar um plano e orçamento ditados por uma política que aumentou as injustiças e as desigualdades entre açorianos e entre ilhas.
O PCP Açores defende que só é possível um desenvolvimento regional assente na valorização da produção regional, no reforço de serviços públicos de qualidade e na manutenção na esfera pública das empresas estratégicas para a Região, reforçando o SPER. O desenvolvimento passa pelo aumento geral dos salários, formação profissional, trabalho com direitos, reforço dos apoios às micro, pequenas e medias empresas e à produção.
Este Plano e Orçamento não serve os Açores, porque esquece o essencial: as dificuldades em que vivem as nossas famílias, que trabalham para passar o mês a contar tostões, enquanto o setor produtivo se desmorona, e com ele a possibilidade de criar emprego de qualidade, com direitos, e uma realidade social que recoloque as ilhas na senda do desenvolvimento.
É preciso um projeto alternativo, que perspetive um futuro de desenvolvimento social e económico equilibrado e sustentado, como há muito tempo PCP e a CDU defendem.
DORAA