Saudação ao IX Congresso do PCP Madeira
Caros Camaradas, amigos e convidados,
Em nome da Organização do PCP na Região Autónoma dos Açores saúdo a realização deste IX Congresso da Organização do PCP na Região Autónoma da Madeira e quero transmitir as calorosas saudações da parte dos comunistas açorianos a todos os delegados, aos dignos convidados e a todos os camaradas que, na Região Autónoma da Madeira, resistem ao Programa de Agressão ao Povo madeirense e porto-santense e lutam por uma política alternativa, pela Autonomia Democrática, pelo desenvolvimento, pela justiça social e pelo progresso.
Trago-vos a solidariedade ativa dos comunistas açorianos num momento em que o Povo madeirense e porto-santense vive um dos momentos mais difíceis da sua história, em virtude do ataque de que é vítima por parte dos que procuram dominar o nosso povo e subjugar o nosso país à rapina dos grandes interesses estrangeiros. Sabemos que, na Região Autónoma da Madeira, não o vão conseguir. A luta determinada do povo, dos trabalhadores e dos comunistas madeirenses será uma barreira contra os que subjugam os interesses regionais e nacionais aos interesses dos oligopólios financeiros sem rosto nem pátria.
Trago-vos, das nove ilhas dos Açores, este abraço atlântico dos comunistas açorianos.
Camaradas, amigos e convidados,
A situação especial das nossas Regiões coloca oportunidades e desafios, mas também grandes obstáculos e dificuldades ao desenvolvimento da nossa luta.
Para além do isolamento e da distância, enfrentamos o poder de um aparelho de poder regional que oprime e procura silenciar, pelo medo e pela ameaça, todos os que se lhe opõem. Um aparelho de poder regional que, no caso dos Açores, cobrindo-se com uma máscara rosa e dizendo-se “de esquerda”, procura implementar uma política de agravamento da exploração sobre quem trabalha, de aumento dos sacrifícios sobre os habitantes de todas as ilhas, uma política de submissão e abandono da Autonomia, de entrega do património e dos recursos que pertencem aos açorianos aos grandes interesses, nacionais e estrangeiros, que nos procuram silenciar.
Estamos, Açores e Madeira, entre as regiões do país onde mais cresce o flagelo do desemprego, onde mais se sente a recessão, os despedimentos e os encerramentos de empresas. Os trabalhadores das regiões insulares são dos que recebem salários mais baixos em todo o país. Nas nossas regiões, cresce a pobreza, a carência extrema e a exclusão social, resultados ditados pelas políticas de austeridade e agressão aos interesses nacionais e regionais, sempre com a conivência e participação ativa dos mesmos três partidos, os mesmos três partidos que nos têm governado e que são, afinal, responsáveis pelo estado do país.
Também nos Açores conhecemos bem a política de duas caras dos partidos da troika, a política de dizer uma coisa cá e fazer outra coisa lá, em Lisboa e Bruxelas, a estratégia de tentar demarcar-se das medidas implementadas pelos seus próprios partidos, como se não tivessem nada a ver, com que tentam enganar o Povo e os trabalhadores!
Camaradas, amigos e convidados,
O ataque continuado, os entraves e as limitações que estes partidos fazem contra as nossas regiões não são por acaso. Está em curso uma ferocíssima ofensiva contra a Autonomia das nossas Regiões porque a natureza Democrática e progressista do Regime Autonómico, tal como está consagrado na Constituição, é incompatível com a visão autoritária do Estado que os partidos da troika querem impor. É-lhes intolerável que os Madeirenses e os Açorianos disponham das receitas que são suas e que tracem por si próprios as melhores vias para o seu desenvolvimento. O que o PS, o PSD e o CDS/PP querem impor novamente em Portugal é um Estado autoritário, centralista e antidemocrático, para melhor levar a cabo a exploração do Povo Português no seu conjunto.
Por isso, camaradas, a nossa luta comum pelos direitos das Regiões Autónomas, pelo reconhecimento das nossas dificuldades e condicionantes específicas, pelo direito ao desenvolvimento e à coesão territorial é, antes de mais, uma parte essencial da nossa grande luta comum pela Democracia e pela Liberdade do nosso Povo. Uma luta em que os comunistas estão, como sempre estiveram, na linha da frente, aqui na Madeira, como nos Açores.
Através deste imenso oceano que nos une, trago-vos dos comunistas açorianos uma mensagem clara:
Estamos juntos neste grande combate em defesa do desenvolvimento, do progresso e da justiça social e económica.
Estamos juntos na defesa da Autonomia Constitucional
Viva o IX Congresso da Organização do PCP na Região Autónoma da Madeira!
Viva o PCP!
Funchal, 09 de Novembro de 2014
O Coordenador Regional do PCP Açores
Aníbal C. Pires