No cumprimento de seu dever como deputado do PCP à Assembleia Legislativa Regional dos Açores João Paulo Corvelo visitou a Ilha do Faial nos últimos dias 15 e 16, quinta-feira e sexta-feira, do mês de Março.
Nesta visita o deputado do PCP manteve contatos e reuniões com diversas entidades e instituições, representativas do trabalho, da sociedade e da economia da Ilha do Faial.
Desta visita e das diversas questões e assuntos abordados nestas reuniões sobressaem todo um conjunto de questões e de problemas que são claramente demonstrativos das erradas opções políticas do Governo Regional dos Açores nomeadamente no tocante à Ilha do Faial e que destacamos:
No sector agrícola verificam-se sérios problemas o tocante ao abastecimento de água às explorações; os caminhos de penetração encontram-se em lastimável estado de conservação, assistindo-se um jogo de passa-culpas entre as autarquias e entre estas e administração regional que mais não é que um pretexto para deixar estas fundamentais estruturas de apoio aos agricultores completamente ao abandono; verifica-se falta de apoio Governamentais para a criação de cortinas de abrigo nos terrenos dos produtores agrícolas .
No domínio dos Lacticínios verifica-se uma quebra na produção leiteira em que nos últimos 14 anos passamos de 14 milhões de litros para 11 milhões na atualidade o que se deve à desistência da produção de leite por parte de apreciável número de agricultores. Tais desistências, temos de o salientar devem-se às políticas erradas protagonizadas para este importante sector. Esta quebra da produção leiteira determinou a perda de 37 postos de trabalho nos últimos 14 anos, que passou de 99 trabalhadores para 62 na atualidade.
No tocante à produção verifica-se a necessidade da redução dos custos de produção, sendo opinião unânime que tal redução de custos não se deve realizar à custa dos trabalhadores mas sim através de uma política de redução dos custos com a energia, nomeadamente com a energia elétrica, da redução do preço do gasóleo, do apoio às energias alternativas e da modernização dos equipamentos no sentido de evitar aquilo que já sucede noutras ilhas da Região em que existem fábricas de lacticínios com equipamentos completamente obsoletos, com mais de trinta anos de utilização e cujos custo com energia são totalmente incompatíveis com a sua sustentabilidade económica.
Tal como noutras ilhas verifica-se a imperiosa necessidade de uma adequada campanha de marketing que verdadeiramente promova os produtos dos nossos lacticínios.
O PCP regista também a reconhecida necessidade de incentivos para o consumo na Hotelaria e Restauração local dos produtos regionais, medidas estas que têm merecido a oposição do Governo Regional e da maioria que o apoia no Parlamento Regional, como o fez ainda recentemente quando rejeitou um Projeto de Decreto Legislativo Regional que vinha precisamente concretizar esta importante medida de apoio ao consumo dos produtos regionais.
No capítulo dos transportes verifica-se aquilo que se pode considerar como um boicote encapotado à Ilha do Faial por parte do Grupo SATA com a diminuição de mais de 11000 lugares no próximo Verão IATA, e com as consequentes dificuldades para exportação e escoamento de produtos como O peixe, o queijo , e as flores nomeadamente as Próteas, isto quando se compararmos que as quantidades de mercadoria exportadas via aérea verificamos que de 2013 a 2016 (último anos com dados disponíveis) o número de quilos transportados passou de 97.367 para 187.262 na carga inter-ilhas e de 157.72 quilos para 217.773 carga para o Continente Português. Por outro lado verifica-se ainda que as elevadas tarifas praticadas para o destino Faial, bem como a falta de promoção adequada do destino Faial e a a falta de publicação atempada dos horários mais não é que uma política para afastamento dos turistas deste destino. De salientar também a redução do número de lugares devido às penalizações que os A320 sofrem devido ao aeroporto da Horta.
No domínio da Saúde verificam se problemas no Hospital da Horta no tocante a cerca de 26 trabalhadores com vínculos de trabalho precários e que esperamos que o Governo regional solucione brevemente esta situação. A incapacidade de resposta rápida e urgente no domínio de algumas especialidades, nomeadamente com a deslocação de especialistas. No capitulo da deslocação de doentes para consultas de especialidades ou exames tem se verificado atrasos e falta de lugares na SATA na deslocação dos mesmos sobretudo na época alta o que foi agravado nos últimos dois anos.