Todos sabemos que a Ilha do Corvo ainda não voltou à sua normalidade, pois o fornecimento de mercadorias está longe de estar regularizado. A ilha está fragilizada e incapacitada de importar regularmente os seus bens, o que está a ter terríveis implicações na sua dinâmica económica, em especial nas empresas de comércio e venda a retalho.
Nota de imprensa
Considerando que as viagens são irregulares e imprevisíveis, o que impede muitos comerciantes de conseguirem adquirir produtos que tenham curta validade (como fruta, vegetais ou iogurtes, entre outros), porque estes acabariam por ficar estragados durante a viagem.
A situação epidémica, acrescida às dificuldades provocada pelo furacão Lorenzo, complicou ainda mais a vida dos corvinos. Os danos causados foram devastadores, mas a Ilha do Corvo não pode ficar para sempre na excecionalidade do tempo presente.
É urgente mitigar os atuais constrangimentos quanto ao abastecimento de bens e mercadorias. O PCP considera urgente a garantia de um transporte regular de mercadorias para a ilha do Corvo. O anterior governo regional do PS, por inércia e incapacidade, durante mais de um ano não conseguiu encontrar soluções para o abastecimento regular de bens alimentares à ilha do Corvo.
O programa do XIII Governo Regional diz o seguinte: “(…) o atual modelo mostrou-se incapaz, ao longo do último ano, de estabelecer o abastecimento regular desta ilha, que chegou a estar 50 dias sem ter abastecimento por via marítima. Por isso o Governo concretizará uma solução que permita estabelecer a regularidade do transporte marítimo de mercadorias para a ilha do Corvo.”
O atual Governo Regional PSD, CDS e PPM sobre esta questão ainda não tomou medidas efetivas sobre o assunto. Não basta que o deputado do PPM / CDS peça ao Governo Regional que encontre uma solução: de resto, trata-se do mesmo deputado que concorreu pela coligação de PPM/CDS que é parte desse governo. Quem defende a ilha do Corvo, e diz que conhece este problema, devia ter exigido, aquando da formação da coligação e da constituição do atual Governo, a resolução de uma situação que se arrasta à mais de um ano. O que está no programa do atual governo regional é só a promessa de uma solução para o futuro, mas os corvinos precisam de uma solução no presente.
Será que vai passar mais um ano? Esta é a pergunta que fazem os corvinos, que já devem começar a suspeitar de que nada mudou para eles, apesar da alteração de governo. Esperam os açorianos, e em particular os corvinos, que o poder não induza a cegueira acrítica de quem elegeram e que os interesses das populações não sejam, agora, vilipendiados, tal como no passado, pelo novo poder regional.
Por sua parte, o PCP continuará a lutar de forma intransigente pelo Corvo e pelo crescimento harmonioso das 9 ilhas.
Gabinete de imprensa do PCP
18 de Dezembro de 2020