É tempo de defender a nossa memória e história, da qual a SINAGA faz parte. É tempo de exigir o direito público aos espaços que devem ser de todos, e não de interesses privados. É possível destinar os terrenos da SINAGA para usufruto das populações, nomeadamente para habitação acessível, um museu sobre a SINAGA, espaços de lazer e serviços essenciais à população.
Dois factos graves levantam preocupações sobre as intenções do Governo Regional para os terrenos da SINAGA: a retirada das máquinas e equipamentos da fábrica, às escondidas da população e sem qualquer explicação; a declaração da intenção de vender os terrenos para “rendimento”, ou seja, para aumentar os lucros privados com os bens públicos e à custa das contas públicas. Trata-se de um duplo prejuízo: para a defesa das finanças e do património público; e para o interesse da população, que se vê afastada de mais espaços que lhes deviam ser destinados.
Para a CDU, as explicações apresentadas na Assembleia Regional em nada descansam, pois tentam apenas esconder os planos para os terrenos da SINAGA. Revelaram apenas que o governo e os deputados que o suportam mantém ou agravaram as políticas do PS: vender barato espaços de elevado valor, se necessário dividindo os terrenos, prejudicando mais uma vez o erário público e o desenvolvimento social da ilha – em particular, da cidade de Ponta Delgada. São particularmente graves as afirmações proferidas por alguns deputados, minimizando o valor e a importância daqueles terrenos. Ao contrário do que afirmam, estes são espaços que alimentam a especulação imobiliária, algo que a CDU recusa, porque esta apenas serve os lucros privados à custa do interesse e das condições de vida da população.
Para a CDU, o que se exige é a manutenção dos terrenos na posse pública, devendo estes ser destinados ao bem-estar da população, nomeadamente com um museu sobre a SINAGA, espaços de lazer, habitação acessível e serviços essenciais à população. De toda esta situação, só se pode supor que o Governo Regional pretende apagar da memória dos micaelenses esta indústria e afastar mais uma vez
os cidadãos de espaços que são seus por direito. Devemos ter presente que a SINAGA tem terrenos na cidade de Ponta Delgada, na cidade de Lagoa e na vila de Capelas, estando para venda. A CDU exige que a população e as juntas de freguesia sejam ouvidas sobre os destinos a dar a estes espaços, não podendo as duas câmaras municipais ignorar o valor e a importância destes.
06 de Outubro de 2021
Gabinete de Imprensa CDU Açores