A situação criada no Corvo, tanto na área da saúde como na da habitação, demonstra até que ponto esta ilha está sujeita às agendas pessoais.
Estranha-se o silêncio tanto do Sr. Secretário Regional da Saúde como do Sr. Presidente do Governo Regional, que têm sempre afirmado que a sua política é pautada pelo rigor e transparência. Mas o que se verifica desde alguns meses para cá, esclarece como, afinal, o mais importante é a sua sobrevivência no governo, custe o que custar. Para garantir esta sobrevivência, tudo é aceite, desde a chantagem dos apoios parlamentares da extrema-direita aos caprichos dos parceiros de coligação. E assim cria-se hoje a delegação da vice-presidência no Corvo para amanhã deixar de existir, na USIC acrescenta-se despesa só por acrescentar, a reabilitação urbana da parte antiga da vila do Corvo está parada e aparentemente foi abandonado o trabalho feito pelo ecomuseu, relativamente à habitação na parte antiga da vila.
Tudo isto ficou demonstrado ao não se respeitar a vontade dos 320 Corvinos expressa num abaixo- assinado pela manutenção do médico de família no Corvo. São estas as prioridades desde Governo regional em relação ao Serviço Regional de Saúde? Onde fica o direito à saúde dos Corvinos que passam de um médico de família para um médico a meio tempo, substituído por outros quando não está? Qual é vantagem, para além de satisfazer os caprichos de alguém? Do ponto de vista monetário, esta solução é mais económica?
A mesma pergunta que se coloca relativamente à Saúde - quais são, afinal, as prioridades deste governo - é igualmente legítima nas restantes áreas enumeradas acima.
É este o governo que os açorianos querem para a Região, sem rumo nem estratégia, que para continuar no poder está disposto a sacrificar os interesses dos corvinos às exigências de um ou outro capricho dos seus parceiros de coligação?
A CDU Açores exige um esclarecimento desta situação. Ficou claro que na lista de prioridades deste Governo, visivelmente dirigido pelo deputado do PPM, os corvinos, o seu bem-estar e os seus
direitos à saúde e à habitação são sacrificados por agendas pessoais (e não só do PPM). Mas os direitos constitucionais à saúde e à habitação condigna não se coadunam com acções persecutórias aos profissionais do Serviço Regional de Saúde ou com o abandono de projetos.
A CDU irá continuar a lutar por uma saúde melhor, por um futuro melhor e por uma Região melhor, na qual haja liberdade de opinião, e não o pensamento único e amordaçado que este Governo está a tentar impor.
Nós, continuaremos do lado certo, ao lado das populações e dos seus interesses a lutar por uma vida melhor.
Corvo, 10 de agosto de 2022
CDU CORVO