A comissão de ilha do Pico do PCP esteve reunida para analisar a situação política e social, tanto a nível local como regional, e traçar as principais linhas de intervenção política.
No Pico, a situação social agrava-se, devido essencialmente à política de direita, tanto do Governo da República do PS, como do atual do Governo Regional da coligação de direita apoiada pela extrema-direita, apostada em manter baixos os salários e as pensões. As dificuldades sentidas pela população também resultam da falta de medidas para combater os sucessivos aumentos dos preços dos bens alimentares, a subida do custo do crédito à habitação, que já está a provocar situações dramáticas, as rendas de casa com valores proibitivo, e das insuficiente resposta na saúde, educação, transportes e nas diversas áreas dos serviços públicos.
O aumento substancial do turismo não se reflete na melhoria das condições de vida de muitos picoenses, e nem sequer nas vidas dos que diretamente trabalham no sector: pelo contrário, em muitos casos estes trabalhadores estão confrontados com a desregulação dos horários, precariedade, baixos salários, tendo como referência o salário mínimo regional.
Na habitação, é preciso enfrentar o problema do aumento brutal das taxas de juro do crédito à habitação. O PCP tem vindo a apresentar um conjunto de propostas na Assembleia da República, para que fossem os lucros dos bancos a assumirem o aumento dos juros, mas estas medidas foram rejeitadas pelo Governo da República, acompanhado por PSD, IL e Chega. Na Região, para travar a escalada do aumento dos custos da habitação e a especulação, falta desenvolver uma estratégia articulada entre Governo Regional e Autarquias, para que existam mais habitações a custos controlados seja para aquisição ou arrendamento.
No transporte aéreo, é preciso tomar medidas concretas que deem resposta e não limitem e condicionem o desenvolvimento económico da ilha. Quem precisa de se deslocar para fora do Pico, em trabalho ou por motivos de saúde, frequentemente não tem lugar e, por vezes, tem de adiar um ou mais dias o regresso, depois da consulta médica.
No transporte terrestre e marítimo não existe uma estratégia articulada para dar resposta às necessidade crescentes e para fazer face ao aumento do custo de vida. É urgente a criação de um passe intermodal combinado (terrestre e marítimo), assim como estabelecer mais frequências e ligações entre a gare marítima de São Roque, o aeroporto do Pico e a gare marítima da Madalena, com horários articulados entre os transportes terrestres, marítimos e aéreos. Os transportes terrestres devem ser reforçados.
Em relação à rede de creches e infantários, verificamos que esta não dá resposta às necessidades, pois não existem vagas ou as listas de espera são grandes. Não basta implementar creches gratuitas sem existir um reforço da rede de creches públicas. O PCP defendeu e defende que as creches devem ser gratuitas, mas é fundamental o reforço da rede de creches publicas em toda região e particularmente no Pico.
Neste quadro, só mesmo os trabalhadores e as populações podem travar esta corrida para o desastre, lutando pelo direito a terem uma vida digna e pelo direito a viver melhor na nossa terra. Estamos e estaremos ao lado dos trabalhadores e da população, que lutam por uma vida melhor e exigem uma mudança.
Comissão de ilha do Pico do PCP