Garantir o direito à cultura é uma obrigação do Estado e dos poderes públicos, sejam eles nacionais, regionais ou locais. Este imperativo, consagrado na Constituição da República Portuguesa, é o reconhecimento não só do valor intrínseco da cultura como também da sua importância para o desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades.
A CDU entende que a cultura é um dos principais pilares das comunidades, ligando-as na consciência coletiva da sua identidade, preservando os valores da ética, da paz e da coesão social. A cultura foi sempre, ao longo da História - e é agora, no complexo momento histórico em que vivemos - um bastião da liberdade, da resistência e da esperança tão necessárias à transformação.
A cultura e os seus agentes coletivos ou individuais – associações, artistas, técnicos, organizações, profissionais ou amadores – são, para a CDU, a vanguarda da evolução das sociedades, questionando e reinventado o velho e impulsionado o novo; questionando o fácil e o óbvio; propondo sempre novos desafios.
A Região assistiu, nas últimas décadas, a um crescimento sólido do movimento associativo cultural, assente na iniciativa voluntária, ao qual correspondeu também um aumento do número e da qualidade de equipamentos vocacionados para as atividades culturais, para os quais a CDU ambiciona uma gestão aberta a uma nova dinâmica cultural.
Esta tendência deve ser acompanhada por uma visão política potenciadora dos recursos existentes, no plano das infraestruturas e, principalmente, no plano do capital humano, contrária a qualquer conceção autocrática dos bens culturais e assente numa estratégia
de responsabilidade partilhada entre a governação e os agentes culturais, numa perspetiva solidária e avançada da cultura.
É, por isso, da maior importância recrutar os agentes culturais e o movimento associativo cultural para o processo de desenvolvimento de uma estratégia cultural verdadeiramente inclusiva, integrada, criativa e ambiciosa.
Os agentes culturais e os movimentos associativos culturais já demonstraram a sua capacidade de realização e a sua vontade de fazerem mais e melhor; a sua capacidade e a sua vontade de participarem no desenvolvimento das políticas culturais para a nossa região, como parceiros ativos e efetivos da governação.
A CDU defende que é preciso valorizar este entusiamo e a iniciativa dos agentes culturais com políticas que promovam a capacidade de trabalho e o crescimento das estruturas de produção cultural, potenciando sempre a sua sustentabilidade a médio e longo prazo, bem como a sua liberdade criadora e a sua independência. É, portanto, urgente o reforço substancial do orçamento para a cultura e o correspondente reforço dos apoios atribuídos aos agentes culturais, bem como a diversificação da tipologia de apoios à criação e ação cultural.