O coordenador do PCP/Açores, Marco Varela, deslocou-se à ilha Graciosa nos dias 6 e 7 de março para aprofundar o conhecimento dos problemas locais e das expectativas da população, também ouvindo algumas das suas instituições. Na Graciosa, como em todo o arquipélago, é preciso transformar as injustiças em força para lutar e superar as dificuldades que afetam a maioria da população, agravadas pela escalada brutal do custo de vida. Por isso o objetivo da visita foi também o de apresentar um conjunto de propostas do PCP para enfrentar estimular o desenvolvimento da ilha e dinamizar a economia local e regional.
Marco Varela reuniu-se com a Associação de Pescadores da Graciosa e manteve diversos encontros informais com micro e pequenos empresários, comerciantes, trabalhadores e habitantes das localidades de Santa Cruz, Praia, Guadalupe e Luz.
Da reunião com a Associação de Pescadores da Graciosa, salientam-se algumas questões prioritárias: a necessidade de clarificar os apoios da União Europeia no âmbito da criação de áreas protegidas; a atribuição de cotas de goraz com base regional, para que, como já foi possível no passado, se possa reforçar a cota eventualmente esgotada numa ou noutra ilha aproveitando assim na totalidade as capturas permitidas; a manutenção do porto, incluindo flutuantes e plataformas, cuja calendarização necessita de ser esclarecida; o reforço do espaço disponível na SATA para o escoamento do pescado; e a melhoria dos transportes marítimos e aéreos, fundamentais para a mobilidade da população e o desenvolvimento económico.
Nos muitos contactos realizados nestes dois dias, e assim como acontece nas demais ilhas, também na Graciosa se verificou o agravamento das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores, produtores e população em geral, e em particular três grandes preocupações:
- O aumento insustentável do custo de vida e dos fatores de produção, que afeta dramaticamente a população. Exemplo disso é a botija de gás de 13 kg, cujo preço aumentou mais de seis euros em apenas dois meses.
- Os baixos salários e as pensões de miséria, com um número crescente de trabalhadores empobrecendo apesar de estarem empregados. A Região caminha a passos largos para uma situação insustentável.
- A constante perda de população da ilha, sem medidas concretas para travar esse êxodo.
No entanto, a situação da Região e da ilha Graciosa não é inevitável. Existe alternativa a esta política que sufoca o desenvolvimento regional. O PCP tem propostas concretas para responder às necessidades dos açorianos e impulsionar o progresso da ilha Graciosa. Estas incluem a valorização do setor produtivo, a melhoria dos transportes aéreos e marítimos, o acesso universal a serviços públicos, a concretização do direito à saúde e o aumento dos salários e das reformas.
A crise não atinge a todos por igual. Enquanto a maioria aperta o cinto, uma pequena minoria continua a enriquecer, com lucros astronómicos para os grandes grupos econômicos e financeiros, tanto nos Açores quanto no restante do país. É tempo de romper com esta política e lutar por uma vida melhor.
Secretariado da DORAA do PCP