O Deputado Aníbal Pires, afirmou hoje no Parlamento Regional que a dimensão da acumulação de algas no porto da Madalena, na ilha do Pico, que se verificou há alguns meses atrás comprova que se trata de ainda mais um efeito negativo da obra do porto e é essencial que o Governo garanta que os serviços da ilha estão preparados para reagir de forma imediata, em poucas horas, perante a próxima acumulação, evitando que se gere mais uma vez um cheiro nauseabundo que invade toda a vila.
Para o PCP é claro que aquela acumulação de algas resultou dos erros de construção do porto e terminal e seguramente as acumulações vão continuar a acontecer, pelo que importa que o Governo esclareça qual a solução que pretende dar a este problema.
Esta é mais uma despesa permanente não prevista, em resultado das obras no porto. Mais um elemento que compõem o quadro de desastre urbano e marítimo que constituíram as obras do porto da Madalena e a construção do respectivo terminal.
Os problemas desta obra são vastos e abrangem várias facetas:
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Na sua génese: Os enormes atrasos na sua construção, a imensa derrapagem dos custos;
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No plano urbano: O desfear da vista de uma das belas vilas dos Açores, agora infelizmente tapada por uma feia barreira de betão contemporâneo; O caos do trânsito e do estacionamento, mal planeados e sem alternativas, com um terminal que não consegue receber autocarros por ter uma curva demasiado apertada, básico erro de desenho que ninguém corrigiu, a que se juntaram, a dado passo, os famosos passeios fura-pneus, felizmente já emendados, inaugurando na vila da Madalena a modernidade duvidosa de um engarrafamento permanente, prenda amável da incompetência do Governo Regional;
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No plano portuário: com os demasiado frequentes cancelamentos e acostagens junto ao velho terminal, obrigando os passageiros a caminhar, faça chuva ou faça sol, de armas e bagagens, numa estranha procissão, em agradecimento por mais esta bênção socialista, que pagaram, bem cara, com os seus impostos;
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No plano marítimo: com a acumulação de areias na bacia do porto que, tal como sucede na Horta, irá obrigar a dragagens periódicas, pagas e bem pagas pelo erário público; A falta de espaço e as novas dificuldades de manobra e acostagem para as embarcações das empresas marítimo-turísticas e, para culminar tudo isto, como uma bem-cheirosa cereja no topo do bolo, a acumulação de algas que liberta um cheiro pútrido e agoniante.
A questão de fundo que se coloca agora é que soluções se podem dar a este “enriço” portuário? Para o PCP esta questão exige uma resposta, pois os problemas do porto da Madalena são demasiado grandes para serem ignorados.
PCP Açores – Gabinete de Imprensa
14 de Abril de 2016