A Comissão de Ilha Terceira do PCP, repudia veementemente a decisão pelos EUA de despedir centenas de trabalhadores na base das Lajes. A forma instantânea como foi anunciada a supra mencionada decisão, à revelia das anteriores promessas de trabalhar numa solução gradual e mitigada, visando a salvaguarda do tecido empresarial, social e económico local, ilustra por um lado a prepotência com que os EUA tratam a comunidade local e um Estado do qual hipocritamente se dizem aliados, e por outro a subserviência com que o Estado Português conduziu todo o processo, sacrificando o interesse nacional e regional em nome de uma suposta aliança com os EUA, de contornos ambíguos, e com vantagens até hoje impercetíveis para o País e para a região.
É pois evidente a inexistência de uma avaliação séria sobre o efetivo e verdadeiro potencial estratégico da base da Lajes, que impede o respetivo enquadramento numa política de defesa própria e soberana, evitando assim que aquela estrutura ocupe uma posição de relevo na configuração da arquitectura do território.
Conjugando todas estas entorses com o eminente desprezo com que o Estado Português tratou a questão laboral e a situação dos trabalhadores, cedendo sempre e com demasiada facilidade a todas as chantagens e “manobras” dos norte-americanos, foram criadas as condições ideais para que vigorasse a unilateralidade que agora emerge com toda a pujança, invariavelmente determinada pelo interesse próprio e com toda e total desconsideração pelos acordos na parte que não lhes seja inteiramente favorável, com visíveis consequências nefastas para o país e para a região, as quais ainda estarão por apurar em toda a sua plenitude e extensão.
Noutro contexto, a Comissão de Ilha do PCP, atenta à crescente e justificada preocupação evidenciada pela população quanto ao défice de iluminação pública que se vem verificando na ilha, problema já por nós suscitado no comunicado de 3/11/1. A falta de iluminação tem abrangido amplas áreas do perímetro urbano, com comprometimento da segurança e bem-estar dos munícipes. Neste sentido, a comissão de ilha do PCP, vai solicitar reuniões com as entidades responsáveis para que sejam prestados os devidos esclarecimentos, e para apurar quais as medidas tomadas para normalização da situação.
Angra do Heroísmo, 14 de Janeiro de 2015.