Numa altura em que as forças norte-americanas pretendem aumentar a sua presença na Base das Lajes, é inadmissível que, ao invés de exigir o pagamento dos valores em dívida aos trabalhadores desde 1999, que se cifram em mais de 13 milhões de euros, os responsáveis negociais portugueses tenham aceite o pagamento de um valor muito inferior ao devido (cerca de 200 mil euros), dando ainda de barato um factor de discriminação positiva (inquérito salarial), assente no acordo entre os governos dos dois países, que justificadamente favorecia os trabalhadores portugueses ao serviço das FEUSA-Açores.
As recentes notícias acerca do fim do inquérito salarial, que não é cumprido desde 1999, são exactamente o inverso daquilo que deveria ser a defesa dos trabalhadores e dos seus direitos mas, mais uma vez, os governos do PS, em Lisboa e Ponta Delgada, adoptaram uma postura subserviente face aos Estados Unidos, que o PCP Açores não pode deixar de condenar pois, considera que o relacionamento entre Estados deve pautar-se pelo respeito mútuo.
A perda de mais de 13,5 por cento nos ordenados dos trabalhadores portugueses, devido à não aplicação do aumento decorrente do inquérito salarial, desde 1999, deveria ter sido a primeira proposta apresentada pelo governo português, exigindo o pagamento imediato deste valor, e apenas depois, proceder à restante negociação. Assim, se defenderiam os trabalhadores portugueses da Base das Lajes, o que para o PCP Açores deve ser uma questão fundamental.
Atendendo aos recentes desenvolvimentos que dizem respeito à Base das Lajes e à possibilidade de o treino dos aviões supersónicos F-22 e F-35 ser feito a partir daquela plataforma militar norte-americana, o PCP Açores reafirma a sua posição contra um maior envolvimento do País no reforço armamentista dos EUA na sua estratégia hegemónica e agressiva global e considera que, a serem implementadas estas novas valências, deveriam ser renegociadas as contrapartidas económicas e sociais norte-americanas ao País e à Região.
25 de Junho de 2009