O PCP reuniu com o movimento cívico de “Reformados da SATA”, a pedido deste, para dar a conhecer as principais preocupações deste grupo de cidadãos face à atual situação do Grupo SATA.
As críticas apresentadas são muitas e resultam, essencialmente, da ausência de uma estratégia do representante do acionista – o Governo Regional. A situação está de tal forma grave que pode ser todo o Grupo SATA que está em causa, com o prejuízo que daí resultará para a região, já que a SATA é um pilar estruturante da autonomia regional e um instrumento fundamental na economia e condições de vida dos açorianos.
O PCP considera urgente resolver a difícil situação financeira, que resulta da instrumentalização da companhia para servir clientelismos e propósitos eleitoralistas, sendo que a privatização apenas agravará as contas da SATA e da Região, com um serviço pior daquele que é hoje prestado.
Nota de imprensa
Em defesa da SATA
Na passada segunda-feira, dia 9 de dezembro de 2019, uma delegação da DORAA do PCP reuniu com o movimento cívico de “Reformados da SATA”. A reunião realizou-se por solicitação do movimento cívico e teve como principal objetivo dar a conhecer as principais preocupações deste grupo de cidadãos face à atual situação do Grupo SATA. O referido movimento procura contribuir para que os agentes políticos, económicos e sociais coloquem na sua agenda a defesa das empresas do Grupo, tendo em conta a importância instrumental do mesmo para o desenvolvimento da Região e considerando que a SATA é um pilar estruturante da autonomia regional. O desmantelamento de uma das suas empresas, por falta de uma estratégia clara do representante do acionista, pode colocar em causa o inteiro Grupo SATA, com tudo o que isso pode significar a nível social e económico.
A DORAA do PCP saúda estes antigos trabalhadores da SATA e a sua disponibilidade para, junto dos poderes instituídos e da opinião pública regional, recuperar uma imagem positiva da transportadora regional e, sobretudo, contribuir para alertar para a importância de os Açores terem uma companhia aérea que sirva os interesse regionais, como seja o direito à mobilidade dos açorianos e a economia regional.
A DORAA acompanha as preocupações deste movimento cívico e exorta os açorianos para os graves perigos que impendem sobre o futuro do Grupo SATA.
A difícil situação financeira em que este se encontra é da responsabilidade do representante do acionista, isto é, o Governo Regional.
A incúria, a inércia do Governo Regional, mas também a instrumentalização da SATA pelo Governo Regional, para servir clientelismos e propósitos eleitorais, a par da ausência de uma estratégia de posicionamento no mercado do transporte aéreo, estão na base dos graves problemas financeiros e da resposta inadequada às necessidades comerciais e operacionais do Grupo, das quais os cancelamentos e a contratação de serviços externos (ACMI) são a face mais visível.
A necessária capitalização da empresa, não passa, como aliás já foi demonstrado através da tentativa gorada de alienação de 49% da SATA Internacional, pela privatização parcial ou total de uma ou mais empresas do Grupo SATA.
Assim a DORAA do PCP reitera que o Grupo SATA deve permanecer exclusivamente do domínio público e que é necessário e urgente encontrar soluções para a sua capitalização, à qual se deve associar uma estratégia que garanta não só o cumprimento do seu principal objeto - garantir o direito à mobilidade dos açorianos - mas também uma vertente de expansão comercial com uma frota adequada e dimensionada.
Tendo decorrido neste dia a audição, na Comissão Parlamentar de Economia, da personalidade indigitada para assumir a Presidência do Conselho Administrativo do Grupo SATA, a DORAA do PCO não pode deixar de lamentar que tal personalidade nada tenha dito de substantivo sobre o que pretende vir a fazer, a mando do acionista ou mesmo enquanto experimentado gestor, mas tenha deixado no ar a ameaça de que “vai doer”. A pergunta que fazemos é: vai doer a quem? Aos trabalhadores da SATA e ao Povo açoriano? Se a resposta for esta, então só podemos concluir que o Governo Regional contratou um mercenário para fazer o trabalho sujo e não alguém de quem, legitimamente, se espera possa contribuir para recuperar o Grupo SATA para uma posição financeiramente equilibrada, como já teve até 2012, e para que volte a prestar o serviço de qualidade que reconhecidamente já prestou.
A DORAA do PCP lamenta que a personalidade indigitada para presidir aos destinos da SATA nada mais tivesse dito, para além de que a sua passagem pelos Açores teria como missão provocar dor. Mais dor e sofrimento é tudo aquilo que o Povo açoriano não necessita.
DORAA do PCP
Ponta Delgada, 13 de dezembro de 2019