O direito ao transporte e à mobilidade tem sido descurado ao longo dos anos em benefício de vários interesses económicos e financeiros, seja nos transportes aéreos, seja nos terrestres ou marítimos. A situação actual comprova a ausência de uma política dirigida à garantia de transportes públicos de qualidade, regulares e a preços acessíveis, negando um direito fundamental dos açorianos, que tanto dependem destas condições para avançar. Esta parca mobilidade vai subsistindo com elevados custos sociais, económicos, energéticos e ambientais, e afeta negativamente a coesão territorial.
A intervenção da CDU, denunciando ao longo dos anos a falta de resposta ao problema dos transportes, e exigindo investimentos e redução dos preços, foi e é fundamental para uma maior consciencialização da importância desta dimensão para a vida de todos os açorianos.
Defendemos uma política de transportes públicos estratégica – orientada para promover a sua crescente utilização com ganhos ambientais, económicos, sociais e de ordenamento do território – através de uma política de preços atractiva, da crescente intermodalidade da bilhética, do reforço da fiabilidade e qualidade do serviço, e de uma oferta adequada às necessidades.
A CDU considera que é fundamental a redução do custo para os utentes dos transportes marítimos e terrestres nas ilhas do triângulo (São Jorge, Faial e Pico), com a criação do Passe Social Único e Intermodal, consagrando-o como título válido em todos os operadores de transporte colectivo nessas ilhas, assegurando que um único passe permita a utilização de todos os meios de transporte colectivo. O preço deverá ser fixado num valor acessível para os utentes, e deverão ser criados bilhetes multimodais válidos em todos os operadores.
Com a criação do passe social único e intermodal nas lhas do Triângulo, é possível o acesso a um plano coordenado que integre os transportes coletivos marítimos e terrestres. Este plano tornaria efetivamente possível a articulação com os horários laborais, e os custos seriam mais razoáveis para quem usufrui destas viagens de forma regular.
A CDU sublinha ainda, a necessidade de readaptar e reestruturar o Plano Integrado de Transportes, de forma a agilizar e facilitar a mobilidade de todos os utentes. Este passe foi outrora abordado no Plano Integrado de Transportes do Governo Regional, mas até ao momento não se concretizou aquilo para que tinha sido concebido: agilizar, facilitar e regularizar os transportes. Desta forma, a CDU defende que devem ser tomadas medidas sérias de aplicação e revisão do PIT, com foco na criação de um Passe Social Único e Intermodal para as ilhas do triângulo.