O primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral da ilha Terceira, Pedro Bartolomeu, visitou os bairros sociais da Terra Chã e do Lameirinho, em Angra do Heroísmo, numa ação de contato com a população. O objetivo foi chamar a atenção para a situação grave que se vive na ilha no setor da habitação, concretamente devido à falta de habitação social, à diminuta oferta do mercado de arrendamento, ao aumento constante das rendas de casa, e à subida galopante das taxas de juto no crédito à habitação.
A CDU considera há muito que Ponta Delgada tem sofrido um desenvolvimento ao sabor dos ventos ou de interesses que não são o dos seus cidadãos e trabalhadores. Desordenada, desligada, incoerente, a política de urbanismo da Câmara tem gerado mais problemas aos cidadãos do que os que devia ter resolvido. E mesmo considerando que o movimento REUP se debruça sobre uma realidade onde este problema é mais agudo – a cidade de Ponta Delgada – não podemos deixar de afirmar que o mesmo se passa no resto do concelho e na articulação com os restantes concelhos da ilha.
O que falta é uma estratégia de desenvolvimento, onde o urbanismo tem de ser uma peça fundamental para a qualidade de vida dos cidadãos e para as respostas sociais que urge encontrar. Em concreto, não haverá um projeto eficaz sem respostas no plano da habitação, da mobilidade, do ambiente, da água e saneamento, dos espaços de lazer, da nossa cultura e memória histórica. No fundo, é preciso trazer o urbanismo de Ponta Delgada para o século XXI, harmonizando a nossa identidade, as nossas necessidades presentes e o conhecimento científico e técnico. Para a CDU, não há dúvidas: as soluções têm de ter como prioridade quem cá vive e trabalha.
Os jovens faialenses, principalmente aqueles que ingressam no mercado de trabalho, enfrentam sérias dificuldades na área da habitação. Sozinhos, ou mesmo em casal, é evidente a dificuldade na procura de casa para este início de vida. Os baixos salários e a crescente precariedade impedem que muitos dos nossos jovens consigam arrendar uma casa e muito menos pensar em comprar uma, passando muitas vezes a solução por viver com outros familiares.
Esta situação traz muitas consequências negativas. E como poderemos falar em qualidade de vida quando o mês é passado a fazer contas para ver se o dinheiro dá para chegar até ao próximo, ou quando a disponibilidade para momentos de lazer com família e amigos é muito baixa? Muitos dos nossos jovens vivem um sentimento de frustração cada vez mais comum.