Perante a hipótese colocada pelo jornalista, de uma eventual coligação de governo com outros partidos à esquerda, Luís Amado, ministro do PS, reconhecendo que no parlamento nacional efectivamente existia uma maioria de esquerda, considerou, apesar disso, que os entendimentos do PS tiveram, têm e terão de ser à direita, para uma coligação que apelidou de reformista.
Passos Coelho, por seu turno, embora sem Sócrates, declarou pretender formar governo preferencialmente com o PS. “Sem Sócrates” significa tão só “com Passos Coelho” em primeiro-ministro, está bem de ver.
Passos Coelho, por seu turno, embora sem Sócrates, declarou pretender formar governo preferencialmente com o PS. “Sem Sócrates” significa tão só “com Passos Coelho” em primeiro-ministro, está bem de ver.
Manuel Alegre, bem juntinho ao seu líder no Congresso Nacional do PS, encarregou-se de tentar esvaziar a importância do encontro entre BE e PCP e de deixar expressa a sua opinião de que sem o PS não poderá haver entendimentos à esquerda. Mediante os seus apelos à unidade interna, demonstrou que afinal está de corpo e alma com o líder e portanto com as alianças unanimistas, “credíveis e inevitáveis” à direita, desferrando a máscara da sua anterior e muito independente caça de incautos eleitores à esquerda.
Tal como numa corrida aos armamentos, Passos Coelho, que não prescinde de nenhuma arma eleitoral táctica para chegar a primeiro-ministro rapidamente, achou que, para “ir ao pote”, necessitava de uma negaça com o mesmo efeito pretendido que tem Manuel Alegre para o PS, e arranjou-a facilmente nas areias movediças em que se tem movimentado a (in)dependência de Fernando Nobre.
Juntem-lhes o grupo das 47 sumidades que apelam ao grande consenso nacional, e o Presidente da República que só invoca autonomias para lembrar adversidades e delas extorquir sacrifícios, e temos assim, com a ajuda formatante da comunicação social, uma oligarquia política a pretender mandar em Portugal e nos portugueses com a mesma legitimidade de uma ditadura.
Mas quais são então os objectivos “nacionais” subjacentes ao apelativo consenso de tantas sumidades notáveis da área do poder exercido em Portugal nas últimas décadas? São elas próprias que o dizem: O inevitável pedido de intervenção externa foi necessário para garantir maior e mais prolongada recessão, mais despedimentos e maior desemprego, menor produção, menores salários e pensões, mais impostos, mais privatizações e menos direitos. Seguramente o programa eleitoral dos partidos que estas sumidades desejam ver unidos será comum, muito embora ainda nem o conheçam em pormenor, pois quem o está a redigir é o FMI e o FEEF, que, na boa fé de “ajudar” este país, tal como o fizeram (sem êxito) na Irlanda e na Grécia, começaram por auscultar a banca portuguesa, mal foram convidados a entrar.
Nas sessões públicas da ditadura perguntava-se: “Em Portugal quem manda?” e as assistências contratadas respondiam: “Salazar! Salazar! Salazar!”. Nas sessões desta Democracia, aprisionada pelas políticas sucessivas do PS e PSD e acolitadas de quando em vez pelo CDS, pergunta-se: “Em Portugal quem manda?” e todos respondem: “A Banca! A Banca! A Banca!”
Oferecem-nos em alternativa dois ou três canais de telenovelas em que apenas os actores são diferentes, mas o enredo é o mesmo, e por sinal… trágico!
Como se o portugueses não pudessem escolher diferente.
Como se a gaivota de Abril em Junho próximo não pudesse ser assim cantada: Somos livres de vo(t)ar!
Tal como numa corrida aos armamentos, Passos Coelho, que não prescinde de nenhuma arma eleitoral táctica para chegar a primeiro-ministro rapidamente, achou que, para “ir ao pote”, necessitava de uma negaça com o mesmo efeito pretendido que tem Manuel Alegre para o PS, e arranjou-a facilmente nas areias movediças em que se tem movimentado a (in)dependência de Fernando Nobre.
Juntem-lhes o grupo das 47 sumidades que apelam ao grande consenso nacional, e o Presidente da República que só invoca autonomias para lembrar adversidades e delas extorquir sacrifícios, e temos assim, com a ajuda formatante da comunicação social, uma oligarquia política a pretender mandar em Portugal e nos portugueses com a mesma legitimidade de uma ditadura.
Mas quais são então os objectivos “nacionais” subjacentes ao apelativo consenso de tantas sumidades notáveis da área do poder exercido em Portugal nas últimas décadas? São elas próprias que o dizem: O inevitável pedido de intervenção externa foi necessário para garantir maior e mais prolongada recessão, mais despedimentos e maior desemprego, menor produção, menores salários e pensões, mais impostos, mais privatizações e menos direitos. Seguramente o programa eleitoral dos partidos que estas sumidades desejam ver unidos será comum, muito embora ainda nem o conheçam em pormenor, pois quem o está a redigir é o FMI e o FEEF, que, na boa fé de “ajudar” este país, tal como o fizeram (sem êxito) na Irlanda e na Grécia, começaram por auscultar a banca portuguesa, mal foram convidados a entrar.
Nas sessões públicas da ditadura perguntava-se: “Em Portugal quem manda?” e as assistências contratadas respondiam: “Salazar! Salazar! Salazar!”. Nas sessões desta Democracia, aprisionada pelas políticas sucessivas do PS e PSD e acolitadas de quando em vez pelo CDS, pergunta-se: “Em Portugal quem manda?” e todos respondem: “A Banca! A Banca! A Banca!”
Oferecem-nos em alternativa dois ou três canais de telenovelas em que apenas os actores são diferentes, mas o enredo é o mesmo, e por sinal… trágico!
Como se o portugueses não pudessem escolher diferente.
Como se a gaivota de Abril em Junho próximo não pudesse ser assim cantada: Somos livres de vo(t)ar!
Mário Abrantes