Maternidades

jose_decq_motta.jpgTenho seguido, como todos nós, a questão do fecho de diversas maternidades no Continente. Confesso desde já que esta questão me deixa perplexo. Como é possível pensar-se que o equilíbrio financeiro do Serviço Nacional de Saúde deve ser procurado na diminuição da quantidade e da qualidade dos serviços tão essenciais, como são os serviços de Obstetrícia dos Hospitais?
Como é possível imaginar que cidades como Barcelos, Figueira, Elvas, Santo Tirso e várias outras, que dispõem de estruturas hospitalares públicas vão deixar de ter Maternidades? Que tipo de economia concentracionista é esta? Quando a tendência deveria ser a de, com qualidade, descentralizar este tipo de serviços públicos o que leva este Governo a proceder assim? Estará à procura de que sejam abertas Maternidades privadas nessas cidades? Que contas fez o Ministro Campos para chegar a esta conclusão? Mil partos por ano, como acontece em Barcelos é pouco para que exista uma Maternidade? Quem é que o Governo engana com uma afirmação dessas? Espero bem e digo isto com muita convicção que o Governo Regional dos Açores não só não procure encarar nenhum dos serviços de obstetrícia existentes neste arquipélago, como não abandone a linha de criar unidades prestadoras de cuidados intermédios de saúde em ilhas que, pela sua população e dimensão, delas carecem. Os maus exemplos continentais não são para copiar.
 
José Decq Mota em Crónicas d’Aquém no Açoriano Oriental