A última semana deu-nos inúmeros elementos de avaliação objectiva daquilo que, verdadeiramente, se está a passar no Mundo, na Europa e em Portugal.
Vimos dois primeiros-ministros da zona euro serem substituídos, sem eleições, por quadros da confiança dos actuais decisores da EU e do FMI; vimos, em Portugal, ser aprovado um Orçamento de Estado ultra neoliberal, que é uma das expressões mais violentas do radicalismo de direita ao serviço do grande capital internacional; vimos diversos episódios demonstrativos do elevadíssimo manobrismo em curso na Europa e que visa consolidar, contra os Povos e contra as Constituições, soluções económicas, financeiras e políticas que configuram retrocessos civilizacionais gigantescos.
Todos os dias sentimos que está a ser desenvolvida, com poderosos meios, uma fortíssima campanha de mistificação que visa “demonstrar” que “não há alternativa”. Apesar disso, também sentimos todos os dias, que a nossa vida colectiva não pode ir pelo estúpido caminho por onde a estão a conduzir.
Entregar todo o poder ao grande capital internacional, que é o que está a ser feito, só serve aos serventuários desses chamados “mercados” e nunca servirá os interesses dos Povos e dos Países. Como a vida demonstra, esse primado total do grande capital leva ao esvaziamento rápido da democracia política, leva à acentuação fortíssima da exploração e acentua enormemente a concentração capitalista, levando largas faixas de trabalhadores e reformados à pobreza e levando à ruína muitos empresários de menor dimensão.
Cada dia que passa é maior o número de cidadãos que percebem o que se está a passar e é maior o número daqueles que se decidirão a agir e a lutar.
Um futuro justo para os nossos filhos passa por essa luta!
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 13 de Novembro de 2011