A semana que passou foi “rica” em declarações sobre a muito difícil situação em que o País foi colocado.
Ouvimos o 1ºMinistro dizer, com veemência, que o acordo com a “troika” “é para cumprir custe o que custar”; ouvimos o antigo Presidente Soares dizer que o “custe o que custar” era uma expressão excessiva e inaceitável; ouvimos uma conhecida personalidade da direita nacional, o Prof. Adriano Moreira, vir dizer, de entre outras coisas, que o nosso País está hoje sujeito “a um regime de protectorado”, que “temos um ministro do orçamento, mas não temos ministro das finanças” e que ”não é aceitável suprimir o Estado Social”; ouvimos o Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, denunciar com muita firmeza, os objectivos de reforço da exploração e de liquidação de direitos e garantias indissociáveis da política de destruição em curso.
O “custe o que custar” do 1ºMinistro significa o total alinhamento ideológico do “governo deste protectorado” com a tentativa em curso de impor uma violentação organizada da nossa ordem constitucional e substitui-la por uma organização social e política assente nos dogmas ultra neoliberais que hoje dominam.
As observações e análises de cidadãos como M. Soares e Adriano Moreira, mostram que esse objectivo político e ideológico do poder mundial invisível, do poder europeu e do actual poder português, não é partilhado por vastas áreas, incluindo algumas que tiveram enorme responsabilidade nas políticas que criaram condições para que se verificasse o presente ataque geral.
As declarações de Jerónimo, de outros dirigentes da esquerda consequente e de muitíssimos dirigentes dos movimentos sociais, são demonstrativas de que esta sociedade tem capacidade de reagir e vencer esta violentação organizada, desde que se trabalhe para unir, sem exclusão, todas as vontades que vão nesse sentido.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 5 de Fevereiro de 2012